"O cálculo renal, também chamado de pedras nos rins, é uma doença conhecida pela sua dor de grande intensidade. É uma doença bastante comum, com uma incidência em torno de 3% da população, e com grande taxa de recorrência. Como ocorre? E como prevenir o aparecimento de novos cálculos? Leia neste artigo essas e outras informações sobre os cálculos renais."
O cálculo renal, ou pedra nos rins, é uma massa dura formada por  cristais que  se separam da urina e se unem para formar pedras. Sob condições normais,  a urina  contém substâncias que previnem a formação dos cristais. Entretanto,  esses  inibidores podem se tornar ineficientes causando a formação dos  cálculos.
A doença é duas vezes mais comum em homens e seu pico de incidência  ocorre  entre os 20 e 40 anos de idade.
Os cálculos renais podem conter variáveis combinações de elementos  químicos.  O tipo mais comum de cálculo renal contém cálcio em combinação com  oxalato ou  fosfato (que estão presentes em uma dieta normal e fazem parte dos ossos  e  músculos). Esses cálculos representam 75% de todos os cálculos renais.
Um tipo menos comum de cálculo é causado pela infecção urinária. Esse  tipo de  cálculo é chamado estruvita ou cálculo infeccioso. Eles podem ser de  grande  tamanho e obstruir a via urinária, podendo levar a grandes danos renais.
Ainda menos comuns são os cálculos de ácido úrico, que estão  associados com a  gota ou quimioterapia, compreendendo cerce de 10% dos cálculos renais, e  outros  mais raros.
A causa exata da formação dos cálculos nem sempre é conhecida. Embora  certos  alimentos possam promover a formação de cálculos em pessoas que são  susceptíveis, os cientistas não acreditam que algum tipo de alimento  cause  cálculos em pessoas não susceptíveis.
Uma pessoa que tenha algum familiar que já teve cálculo renal pode  ser mais  propensa a desenvolver cálculos. Infecções urinárias, distúrbios renais e   metabólicos também estão relacionados com a formação de cálculos. A  desidratação, muito importante nos lugares de clima quente, também é um  importante fator de risco para a formação dos cálculos renais.
Outras causas de cálculo renal são gota, excesso de ingestão de  vitamina D, e  obstrução do trato urinário. Certos diuréticos, antiácidos e outros  medicamentos  podem aumentar o risco de formação de cálculos pelo aumento de cálcio na  urina. 
Usualmente, o primeiro sintoma de um cálculo renal é uma dor intensa.  A dor  começa subitamente quando a pedra se move no trato urinário, causando  irritação  e obstrução. Tipicamente, a pessoa sente uma dor aguda no dorso ou  abdômen  inferior. Pode ocorrer palpitação, náusea e vômito. Mais tarde, a dor  pode  chegar até a virilha.
Se a pedra for muito grande para ser expelida facilmente, a dor  continua  devido à contração dos músculos na tentativa de eliminar o cálculo.  Quando o  cálculo cresce ou se move, pode aparecer sangue na urina. Com a descida  da pedra  pode ocorrer aumento da freqüência urinária, forte desejo de urinar e  sensação  de ardor durante a saída da urina.
Se houver febre e calafrios acompanhando esses sintomas, uma infecção  pode  estar presente.
A presença de sintomas sugestivos de cálculo renal, dor súbita no  dorso ou  sangue na urina, deve ser avaliada por um médico. Testes diagnósticos  específicos podem então ser realizados para confirmar o diagnóstico. 
Exames de sangue e de urina podem ajudar a detectar algumas  anormalidades que  podem promover a formação de cálculos. Em adição, o exame de urina pode  detectar  sangue na urina assim como a presença de cristais. Mais freqüentemente,  os  cálculos renais são encontrados em radiografia ou ultra-sonografia.  Esses  métodos diagnósticos oferecem informações importantes sobre o tamanho e  localização das pedras.
Na ocorrência de um episódio de cólica renal, são utilizados  analgésicos para  alívio da dor e hidratação para corrigir um possível quadro de  desidratação, que  predispõe a formação dos cálculos.
A maior parte dos cálculos menores que 5mm são eliminados  espontaneamente,  sem a necessidade de intervenções para sua retirada. Os cálculos maiores  de 7mm  necessitam, via de regra, de algum tipo de intervenção.
Atualmente o método mais utilizados para eliminação de cálculos  maiores que  7mm é a Litotripsia com Ondas de Choque Extracorpórea (LOCE), um  aparelho que  emite ondas de choque que ao atingir o cálculo fragmenta-o. Esta terapia  tem um  índice de sucesso em 90 a 100% dos casos para cálculos menores que 2  cm.Existem  ainda outras técnicas, a citoureteroscopia, que utiliza a fibra ótica  para  visualizar o cálculo, a nefrolitotomia percutânea, em que um aparelho é  introduzido pela pele e chega até o local do cálculo que pode ser  fragmentado,  por exemplo, através de lazer, e por fim a cirurgia, última medida  terapêutica.
Uma vez tido um cálculo renal, a pessoa sempre estará susceptível à  formação  de novos cálculos. A taxa de recorrência é de 10% no primeiro ano, 35%  nos 5  anos subseqüentes e 50 a 60% em 10 anos. Por isso a grande importância  de  medidas de prevenção.
Uma simples e importante mudança para prevenir as pedras nos rins é o  aumento  da ingestão de líquidos, preferencialmente água, no mínimo de 2 a 3  litros por  dia.
Para as pessoas com maior propensão para formar cálculos de oxalato  de  cálcio, a redução da ingestão de certos alimentos pode ser indicada se a  urina  conter um excesso de oxalato. Esses alimentos incluem: chocolate, café,  cola,  nozes, beterraba, espinafre, morango e chá.
Para os cálculos de estruvita, também chamados de infecciosos, após a  sua  remoção é importante manter a urina livre da bactéria que pode causar a  infecção. Exames de urina regulares são indicados para monitorar a  presença da  bactéria da urina.
Em alguns casos, há a necessidade do uso de medicamentos específicos  para  prevenir a recorrência dos cálculos.
É importante ressaltar que a prevenção de novos cálculos deve ser  feita pelo  resto da vida.
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