quinta-feira, 6 de maio de 2010

Conlutas-Cariri realiza seminário sobre saúde do trabalhador em Juazeiro do Norte no 1º de maio


Por: Augusto Nobre
  
A Conlutas Cariri comemorou o dia 1º de maio no auditório da URCA em Juazeiro do Norte realizando o Seminário “SAÚDE DO TRABALHADOR: É UMA LUTA CONTRA OS PATRÕES!”, que contou com a participação de mais de 110 trabalhadores, teve representantes de importantes categorias e entidades. Marcaram presença os servidores municipais de Juazeiro do Norte e representantes do SISEMJUN. Vários estudantes do SENAI, CENTEC, URCA e Leão Sampaio prestigiaram o evento. Também compareceram alguns trabalhadores da SINGER; agentes do DEMUTRAN e profissionais da área da saúde de Crato.
O evento se destacou pela qualidade e importância do debate para a região.  O seminário foi dividido em dois momentos. Pela manhã a mesa teve como tema central o adoecimento dos trabalhadores em virtude da imensa precarização, intensificação do ritmo de trabalho e aumento do desemprego. À tarde o tema foi a reforma da previdência do governo Lula. Os dois momentos foram apresentados pelo coordenador nacional do ILAESE (Instituto Latino Americano de Estudos Econômicos) Antônio César Neto e coordenada pela professora Zuleide Queiroz do ANDES-SN (Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior – Sindicato Nacional). 
Na abertura do Seminário, o professor Augusto Nobre membro da secretaria executiva da Conlutas-Cariri e presidente do SINDURCA destacou que questões como Ler/Dort e distúrbios mentais são a expressões mais cruéis da exploração capitalista, manifestadas nas condições de moradia, no estresse do cotidiano do trabalho, na desumanização da relação capital-trabalho cuja causa maior é alienação do trabalhador em relação ao produto do seu trabalho e de suas funções. Para Augusto a crise econômica não passou “o fato é que os patrões não pagam pela crise, somos nós trabalhadores que pagamos. Os patrões recebem dinheiro do governo, retiram nossos direitos, reduzem nossos salários, demitem e depois contratam como temporários com salários mais baixos, tudo isso com a ajuda do governo Lula que repassou dinheiro para os banqueiros e empresários e não impediu as demissões e nem o combate a sobrecarga de trabalho. O professor destacou também o papel traidor das centrais sindicais como a CUT e Força que infelizmente fazem o papel do governo e impedem a luta dos trabalhadores.
Durante sua exposição, Cesar Neto fez questão de colocar no debate o  papel dos sindicatos na luta pela saúde do trabalhador, a importância de resgatar as CIPAS para a luta e por último fez uma fala sobre a situação do trabalhador, o ritmo brutal de trabalho, as doenças relacionadas ao trabalho, citando exemplos locais, nacionais e internacionais sobre a saúde do trabalhador. A exposição de Cesar Neto impressionou o plenário com vários exemplos reais em fotografias projetadas de como os patrões e os governos exploram a força de trabalho sem se preocupar com a exposição dos trabalhadores a ruídos e vibrações, produtos químicos tóxicos, cargas pesadas, movimentos repetitivos, insalubridade, posturas incômodas, ambientes de alta temperatura e risco causando doenças e mortes precoces para a classe trabalhadora.  Em um dos depoimentos um trabalhador se emocionou e chorou diante da situação atual de trabalho.
Também participaram da mesa, Maria José e Marcos Chaves da diretoria do SISEMJUN e Vânia Gabryella, representando a ANEL que aproveitaram o momento para fazer o chamado ao 2º  Congresso da Conlutas e  Congresso de Unificação em junho próximo.
Por fim, o Coordenador do ILAESE enfatizou a necessidade da luta de classes para enfrentar a crise econômica e derrotar o sistema do capital como fontes de todas as doenças que padecem os trabalhadores.

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