terça-feira, 2 de março de 2010

TORRE DE "MABEL"


Mabel pagou carro para chefe da quadrilha da creche

Deputado afirma que desconhecia exoneração de seu próprio motorista, a quem ajudou a comprar um automóvel. Servidor é apontado como o principal responsável pelo golpe que rendeu à Câmara um prejuízo de R$ 2 milhões
Wilson Dias/ABr
Embora afirme desconhecer a data de sua exoneração do gabinete,
Mabel ajudou chefe da quadrilha da creche a comprar carro
Eduardo Militão
O líder do PR na Câmara, Sandro Mabel (GO), tem atualmente 25 funcionários em seu gabinete parlamentar, que dividem uma verba de gabinete de R$ 60 mil. No dia 15 de outubro do ano passado, ele, porém, declarou à Polícia Legislativa da Câmara um curioso desconhecimento do funcionamento de seu próprio gabinete.

No depoimento, ao qual o Congresso em Foco teve acesso, ele declarou que não conhecia o paradeiro funcional de cinco funcionários, justamente aqueles que acabaram de alguma forma envolvidos no golpe da creche, o esquema de desvio de recursos públicos que já rendeu um prejuízo de R$ 2 milhões à Câmara. Quatro tinham sido contratados, mas ele negou que fossem suas as assinaturas nos atos de nomeação. Disse que desconhecia os quatro colaboradores.

O quinto havia sido exonerado. E era ninguém menos que Francisco José Feijão, o Franzé, apontado como o chefe da quadrilha que aplicou o golpe da creche. O problema é que Franzé era ninguém menos que o motorista particular de Mabel. Mais do que isso, Mabel chegou a ajudá-lo a comprar um carro, um automóvel que eventualmente era usado pelo próprio deputado. Quando Mabel prestou depoimento à Polícia Legislativa da Câmara, Franzé estava exonerado há um mês e meio. E o deputado disse ignorar a saída dele.
O líder do PR também ajudava, durante um ano, a chefe de gabinete Maria Solange Lima a bancar a prestação de R$ 1.970 de um outro automóvel, segundo depoimento da funcionária à polícia.
Os depoimentos de Mabel e de Solange foram prestados à Polícia em um dos 20 inquéritos que investigam o golpe da creche, noticiado pelo Congresso em Foco desde novembro. O deputado e a chefe de gabinete não estão indiciados, ao contrário de outras 67 pessoas. O golpe consistia em incluir servidores fantasmas e laranjas na folha de pagamento e repartir os salários deles entre uma quadrilha, que, segundo as investigações, é liderada por Franzé e por sua mulher, Abigail Pereira.

Saiba mais: http://congressoemfoco.ig.com.br/
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