quinta-feira, 11 de março de 2010

Winston Churchill chegou a pensar em deixar Gandhi morrer de fome

Churchill cogitou deixar Gandhi morrer em caso de greve de fome
 

LONDRES, 1º jan (AFP) - Winston Churchill chegou a pensar em deixar Gandhi morrer de fome, caso o líder pacifista fizesse uma greve de fome durante o tempo em que foi prisioneiro dos britânicos na Segunda Guerra Mundial, revelam arquivos britânicos divulgados neste domingo.

Esses documentos, datados de janeiro de 1943, são anotações do secretário-adjunto de Churchill, Sir Norman Brook, relatando reuniões do gabinete de guerra. Elas mostram a que ponto o primeiro-ministro e seu governo estavam constrangidos pela ação de Mahatma.

Gandhi foi detido em agosto de 1942, no palácio de Aga Khan, em Poona (estado de Maharashtra), depois de afirmar, publicamente, que a Índia não deveria apoiar o esforço de guerra contra as potências do eixo, se o país não conseguisse, em troca, sua independência.

Churchill, premier de 1940 a 45 e de 51 a 54, e seu governo temiam que Gandhi fizesse uma greve de fome na prisão e, nesse caso, pareciam prontos a deixá-lo morrer. "Vou mantê-lo lá e deixá-lo fazer o que ele quiser", teria dito, durante estas reuniões.

O governo decidiu, finalmente, porém, que se ele fizesse uma greve de fome, iria libertá-lo com base nos princípios humanitários, mas com o cuidado de não deixar parecer que tinha sido uma vitória de Gandhi.

O líder indiano foi libertado apenas em 1944, quando, por apresentar a saúde bastante deteriorada, as autoridades britânicas temiam que ele pudesse morrer atrás das grades. Ele faleceu em 30 de janeiro de 1948, aos 78 anos, assassinado por um brâmane fanático.
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