O escritor português José Saramago chamou o papa Bento 16 de "cínico" e disse que a "insolência reacionária" da Igreja Católica precisa ser combatida com a "insolência da inteligência viva".
"Que Ratzinger tenha a coragem de invocar Deus para reforçar seu neomedievalismo universal, um Deus que ele jamais viu, com o qual nunca se sentou para tomar um café, mostra apenas o absoluto cinismo intelectual" desta pessoa, disse o Nobel de Literatura em um colóquio com o filósofo italiano Paolo Flores D'Arcais
"Que Ratzinger tenha a coragem de invocar Deus para reforçar seu neomedievalismo universal, um Deus que ele jamais viu, com o qual nunca se sentou para tomar um café, mostra apenas o absoluto cinismo intelectual" desta pessoa, disse o Nobel de Literatura em um colóquio com o filósofo italiano Paolo Flores D'Arcais
28.nov.2008/Tuca Vieira/Folha Imagem |
Reacionarismo da Igreja deve ser combatido com "insolência da inteligência", diz Saramago |
Saramago, por sua vez, encontra-se na capital italiana para divulgar o livro "O Caderno" e se reunir com amigos italianos, como a vencedora do Nobel de Medicina Rita Levi Montalcini.
No colóquio com Flores D'Arcais, Saramago afirmou que sempre foi um ateu "tranquilo", mas que agora está mudando de ideia.
"As insolências reacionárias da Igreja Católica precisam ser combatidas com a insolência da inteligência viva, do bom senso, da palavra responsável. Não podemos permitir que a verdade seja ofendida todos os dias por supostos representantes de Deus na Terra, os quais, na verdade, só tem interesse no poder", afirmou.
Segundo Saramago, a igreja não se importa com o destino das almas e sempre buscou o controle de seus corpos.
A visita de Saramago a Roma acontece a um dia do lançamento do seu mais novo livro "Caim", no qual volta a tratar da religião.
Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/
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