Lula não disse palavra. Calado estava, calado ficou. Silêncio “cúmplice”, acusa Oswaldo Payá, líder do Movimento Cristão de Libertação de Cuba.
por Josias de Souza
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Payá afirma: "Respeitamos e amamos o povo brasileiro, mas o governo Lula não deu nenhuma palavra de solidariedade para com os direitos humanos em Cuba...”
“...Tem sido um verdadeiro cúmplice da violação dos direitos humanos em Cuba. Já não esperamos e nem queremos esperar nada dele".
Antes do desembarque de Lula em Havana, os dissidentes cubanos redigiram uma carta. Endereçaram-na a Lula.
No texto, classificaram Lula de “magnífico interlocutor”. Pediram que, nos encontros que manteria com Raúl e Fidel, ele intercedesse pela libertação dos presos políticos.
Lula não se animou a levar a mão ao vespeiro. No Brasil, criou a Comissão da Verdade, para perscrutar as violações aos direitos humanos da ditadura.
Em Cuba, o presidente brasileiro preferiu a cumplcidade silenciosa diante das mentiras convenientes enunciadas por Raúl.
Lula ouviu o irmão de Fidel criticar a imprensa: "Só publica o que os donos querem". Raúl enalteceu as maravilhas do modelo cubano:
"Aqui não há uma máxima liberdade de expressão, mas se os Estados Unidos nos deixarem em paz, poderá haver".
A carta dos dissidentes a Lula virou notícia no pedaço da imprensa que “só púbica o que os donos querem”.
Nem assim Lula se animou a mexer os lábios. O assessor internacional do presidente, Marco Aurélio Garcia, tentou explicar o silêncio.
Disse que a carta não chegara às mãos de Lula. Nem poderia. Os autores do texto foram à embaixada brasileira. Mas deram com a cara na porta.
Foi a quarta viagem de Lula a Cuba desde que virou presidente, em 2003. A comitiva presidencial deixou em Havana, além de abraços e apertos de mão, US$ 150 milhões...
...E levou da capital cubana, além de charutos, um vexame político que corre os jornais do mundo.
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