terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

ANTONIO CONSELHEIRO - Patativa do Assaré

Antônio Conselheiro
 
                Patativa do Assaré,
                do LP "A Terra é Naturá"
Cada um na vida tem seu direito de julgar.
Como  tenho o meu também, com  razão quero falar
Nestes meus verso singelos , mas de sentimentos belos
Sobre um  grande brasileiro, cearense, meu conterrâneo.
Líder sensato, espontâneo,  nosso Antônio Conselheiro

Este cearense nasceu lá em Quixeramobim.
Sei eu sei como ele viveu , sei como foi  o seu fim.
Quando em Canudos chegou, com  amor organizou
Um ambiente comum,  sem  enredos nem engodos,
Ali era um por  todos e eram  todos por um

Não pode ser justiceiro e nem verdadeiro é
O que diz seu conselheiro , enganava  a boa fé
O conselheiro queria acabar com  a anarquia
Do grande contra o  pequeno. Pregava no seu sermão
Aquela mesma missão que pregava o  nazareno.

Com  a sua simpatia, honestidade e brio
Ele criou na Bahia um ambiente sadio
Onde vivia tranqüilo, ensinando tudo aquilo
Que a moral cristã encerra. Defendendo os desgraçado
Do julgo  dos potentados,  dominadores da terra.

Seguindo um  caminho novo, mostrando a luz da verdade,
Incutia entre o  seu povo,  amor e fraternidade
Em favor do bem comum, ajudava a cada um
Foi trabalhador e ordeiro, derramando o seu suor.
Foi ele o líder maior do nordeste brasileiro.

Sem haver contrariedade, explicava muito bem
Aquelas mesmas verdades que o santo Evangelho tem.
Calado em sua missão contra a feia exploração
E assim, evangelizando, com um progresso  estupendo
Canudos ia crescendo e a notícia se espalhando.

O pobrezinho agregado e o explorado parceiro,
Cada qual ia apressado recorrer ao Conselheiro
E o líder recebia muita gente todo dia. Assim,
Fazendo os seus planos, na luta não fracassava
Porque sabia que  estava com os direitos humanos.

Mediante a sua instrução,  naquela sociedade
Reinava paz e união dentro do grau  de igualdade
Com a palavra de Deus ele conduzia os seus
Era um movimento humano  de feição  socialista,
Pois não era monarquista, nem era republicano

Desta forma, na Bahia, crescia a comunidade
E ao mesmo  tempo crescia uma  bonita cidade
  Antônio Conselheiro sonhava com o luzeiro
Da aurora da nova vida. Era qual outro Moisés,
Conduzindo os seus fiéis para a terra prometida

E assim, bem acompanhado,  os planos a resolver
Foi mais tarde censurado  pelos donos do poder
O taxaram de fanático, e um caso triste e dramático
Se deu naquele local. O poder se revoltou
E Canudos terminou numa guerra social.

Da catástrofe sem pá o Brasil já tá ciente
Não é preciso contar  pormenorizadamente tudo quanto aconteceu.
O que Canudos sofreu  nós guardados na memória
Aquela grande chacina, a grande carnificina
Que entristece a nossa história

E andar pela Bahia, chegando ao dito  local
Onde aconteceu um dia o drama triste e fatal,
Parece ouvir os gemidos entre os roncos e estampidos.
E em benefício dos seus , no momento derradeiro
O nosso herói brasileiro pedindo justiça a Deus.

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