quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

GAY, um preconceito regulamentado

Militar gay deve procurar outro ramo, diz general

Em sabatina no Congresso para vaga no Superior Tribunal Militar, oficial do Exército diz que quartel não é lugar para homossexuais
José Cruz/Ag. Senado
Demóstenes Torres perguntou a almirante e general 
o que eles pensavam sobre a presença de 
homossexuais nas Forças Armadas
Thomaz Pires

A abertura dos trabalhos na Comissão de Constituição de Justiça do Senado teve uma pitada de polêmica nesta quarta-feira (3). A sabatina de dois oficiais indicados ao Superior Tribunal Militar (STM) acabou tendo o tom protocolar interrompido pelo presidente da Comissão, senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
O parlamentar deixou os questionamentos curriculares de lado e indagou aos dois oficias se eles admitiam homossexuais nas Forças Armadas. A pergunta foi suficiente para despertar outros questionamentos dos membros da Comissão.
A resposta do general Raymundo Nonato sobre o assunto foi direta. Ele disse que o “desvio de comportamento” não é tolerado nas Forças Armadas. "Vou responder de forma sincera ao senhor. Se ele é assim, é melhor procurar outro ramo de atividade, pois há uma objeção para esta escolha e comportamento sexual. A maior parte dos exércitos, no mundo inteiro, não admite esse tipo de orientação. Até porque isso coloca dificuldades para a tropa obedecer um indivíduo com esses atributos”, considerou.
O general concluiu a resposta sobre o tema destacando que a homossexualidade não é admitida em caráter oficial. “Se for do conhecimento de todos a homossexualidade do oficial, ele não será admitido, até porque o regulamento não permite. Essa situação só passará a ser diferente no dia em que for aprovada uma lei alterando a resolução. Até lá, o Exército irá seguir o regulamento”, disse ele.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também entrou na polêmica e questionou o almirante da Marinha Álvaro Luiz Pinto sobre o mesmo assunto. “O oficial com esse comportamento até poderia ser admitido nas Forças Armadas, mas desde que honrasse a farda e os compromissos. Mas acima de tudo, a escolha sexual não pode ser de conhecimento público”, disse ele.

Os dois oficiais tiveram seus nomes aprovados, em votação secreta, pela CCJ. A indicação deles será submetida ao Plenário em regime de urgência. O general e o almirante devem ocupar as vagas dos ministros José Alfredo Lourenço dos Santos e Antonio Ignácio Domingues, que deixam o tribunal com a aposentadoria.
Fonte: Congresso em Foco

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