terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ESCOLA DE ARTES VIOLETA ARRAES E O "AUTO DA BARCA DO INFERNO"


                      Foto: Arquivo IMOPEC

"O prédio onde hoje funcionam os cursos da Escola de Artes Reitora Violeta Arraes, da Universidade Regional do Cariri (URCA) poderá ser reincorporado ao patrimônio do município. A expectativa é que isto ocorra nos próximos dias. Estudantes confidenciaram à reportagem que os cursos oferecidos pela instituição (teatro e artes visuais) podem ser transferidos para outra cidade da região até 31 deste mês. Este teria sido o prazo estipulado pela municipalidade para que a URCA desocupasse o prédio cedido em regime de comodato."
Mais informações: http://www.radiocetama.com.br/ver_noticia_barbalha.asp?id=12569


Diante do acima exposto e sem que seja necessário esperar um posicionamente oficial do Executivo Municipal de Barbalha(CE), queremos repudiar quaisquer providências que venham a impedir o funcionamento da Escola de Artes Reitora Violeta Arraes no nosso município.

Não acreditamos que o IPHAN e o PAC das Cidades Históricas possam concordar com tamanha truculência, ao ponto de ter que exigir a desocupação do Prédio Casarão, local de funcionamento da Escola de Artes, por motivo de restauração do local, sem que aponte uma alternativa digna da continuidade dos Cursos na cidade.

O "histórico" Centro de Melhoramentos de Barbalha, instituição essa que é fruto do suor e determinação de toda nossa sociedade (Elites e Trabalhadores), administrada pela 1ª Classe, é detentora de 03 (três) grandes prédios dentro da cidade, poderia ser uma das possibilidades de acomodação da Escola de Artes no período de restauração do Casarão.

Pensar na desocupação do Casarão para que seja implantado o Hotel Municipal é outra aberração que em épocas passadas já foi vivida pela sociedade  barbalhense, no período do Coronelismo e que não vimos nenhum benefício para cidade, servindo apenas de acomodação para o grupo político dominante da época.  O que vimos mesmo, foi um embate judicial para que o Casarão fosse desocupado à base de indenização, ficando o município com essas despesas, além da restauração. É um espaço superado para tal empreendimento, com escadaria rústica e imprópria para acesso de deficientes físicos e de salas/apartamentos com espaço físico reduzido  o que não justifica um investimento financeiro, mesmo com plena ocupação.

Certa vez a nossa cidade perdeu um histórico Monumento da Era Vargas, a Coluna da Praça da Águia, por ocasião da demolição para abrir caminhos ao desenvolvimento. Houve promessa de reconstrução, mas essa não foi concretizada. Várias residências e estabelecimentos comercias que faziam parte do nosso patrimônio histórico, hoje não mais existem, foram reformados também em prol do desenvolvimento, portanto não estamos dispostos a abrir mão de mais uma parte da nossa história por motivos pessoais e políticos os quais não justificam tal atitude. .

Neste momento, estamos a conclamar diante das autoridades, instituições e sociedade para que não permitamos tamanho absurdo de termos que perder a Escola de Artes, em consequência de entrave de grupos políticos interioranos, que fazem do patrimônio público o seu patrimônio político, os quais foram tão bem representados por Gil Vicente, dramaturgo portugues, no Auto da Barca do Inferno.

Continuando a Luta.

Antonio Hildegardis Ferreira
Poeta e Compositor Barbalhense




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Homenagem a Luiz Gonzaga