segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Caldeirão e Pau de Colher: A história das lutas populares é indestrutível

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Rogério Morais   

Setecentos mortos, bombardeio aéreo com três aviões do Ministério da Guerra, incêndios e destruição de casas, espancamento de crianças, mulheres e velhos, saques; e ainda, luta corporal de populares usando facões, ferrões e cacetes contra soldados da polícia bem protegidos; mulheres enfrentando homens do Exército armados de fuzis, homens furando cerco de rajada de metralhadoras, execução de prisioneiros, fuzilamento, são mais 300 corpos de trabalhadores rurais estendidos, numa das maiores resistências das populações do campo nordestino contra os proprietários rurais latifundiários. Donos das terras, igreja, polícia e governo unidos para destruir a vontade do povo de trabalhar, criar seus filhos e vencer com liberdade.
Estamos falando das comunidades de Caldeirão e Pau de Colher, nos anos de 1930, envolvendo sertanejos principalmente do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia. O palco da luta e da resistência do povo trabalhador, duas regiões nordestinas: Serra do Araripe, Ceará, e médio São Francisco, Bahia. Duas áreas que atraíram milhares de homens — famílias — cansados da exploração, da miséria e da injustiça do latifúndio e do Estado. Foram para lá com a certeza e a consciência de dias melhores, sem saber que a classe dominante agiria sem dó ou piedade, usando todas as suas forças, tentando apagar para sempre o que seria uma sociedade justa - o início do desenvolvimento social da região e a libertação dos trabalhadores.


No museu histórico do Ceará, no centro de Fortaleza, prédio que até a década de 1970 abrigou a Assembléia Legislativa do Estado, existem apenas três peças que lembram o povo do Caldeirão: A bandeira da comunidade, três reproduções fotográficas publicadas em jornal da época e uma espingarda aparentemente não muito manuseada, ao lado de um machado. Esses objetos ocupam a sala em memória a Padre Cícero Romão Batista — fundador da cidade de Juazeiro do Norte, Ceará — onde está a batina do religioso e outras valiosas lembranças de suas ações na região do Cariri.

Sumiu...

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