Colaboração: Prof. Augusto Nobre
Companheir@s
Passado o período eleitoral, onde Dilma Rousseff foi eleita presidente e Cid Gomes foi reeleito governador do estado do ceará, a comunidade universitária, como era de se esperar, retomou os debates sobre as questões mais locais. Dois temas tomam as discussões de professores, funcionários e estudantes: a carência de professores nos vários cursos da Urca e a sucessão da administração do Prof. Plácido Nuvens a frente da reitoria.
O sindicato vem sendo insistentemente procurado para saber do nosso posicionamento acerca desse ou aquele candidato. Informes sobre a falta de professores em diversas disciplinas não param de chegar. É por esse motivo que decidimos pautar esses debates na assembleia dos professores a ser realizada no pátio da pedagogia, na próxima sexta-feira, dia 26 de novembro, às 19:30h.
Para o Sindurca existe um debate que antecede a qualquer especulação dos nomes dos reitoráveis - a concepção de universidade pública que defendemos e o processo de escolha dos dirigentes universitários.
Universidade Pública
Queremos discutir com a comunidade universitária o papel da universidade na sociedade e sua relação com as lutas sociais e o processo de reorganização sindical em curso no país. Na visão do sindicato, a concepção que vigora atualmente é a chamada universidade operacional, que é avaliada por índices de produtividade. Entre as principais características desse modelo de universidade estão a precarização do trabalho docente e a avaliação pela quantidade de publicações que privilegia a produção e não o pensamento, além de confrontar a autonomia universitária e a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão. A outra concepção de universidade que nós do Andes-SN defendemos é a que se baseia no ensino público, gratuito e de qualidade para todos; na autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial; na liberdade interna e de organização e na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. A dimensão pública das instituições de ensino superior se efetiva pela sua capacidade de representação social, cultural, intelectual e científica. A condição básica para isso é a capacidade de assegurar uma produção de conhecimento inovador e crítico, que respeite a diversidade e o pluralismo e não simplesmente preencha uma função de reprodução de estruturas, relações e valores.
Eleições Diretas para Reitor
Existe mesmo eleições para reitor na Urca? O Andes-SN construiu sua proposta de universidade tendo como um de seus eixos fundamentais a autonomia indissociável da democracia. Isto significa que a autonomia de qualquer ordem deve estar vinculada à democracia interna, garantida estruturalmente nos mecanismos de decisão, controle e gestão. Isto significa que a forma de escolha do dirigente maior das IES, mesmo não sendo a única condição para garantir a democracia, tem papel fundamental no processo. Não é por acaso que a Proposta do Andes-SN para a universidade brasileira contempla eleições diretas e secretas para reitor e vice-reitor, com a participação de docentes, servidores técnico-administrativos e estudantes, conforme definido em seus estatutos e regimentos, encerrando-se o processo de escolha dos dirigentes no âmbito da universidade. Esta é uma exigência coerente com o exercício da autonomia da universidade.
Mais docentes e recursos para a Urca
Outra questão candente é sobre a carência de docentes e contratação dos professores. O Secretário de C&T Renê Barreira vinha afirmando que não teríamos nenhum concurso neste ano, nem mesmo o concurso para as reposições. Neste primeiro semestre fizemos dois movimentos: manifestações públicas e ações judiciais. O fato concreto é que saiu um concurso com 60 vagas - uma vitória parcial da categoria. Parcial, pois os problemas continuam. Continuamos sem professores nas salas de aula. Nossa carência de professores gira em torno de 300 vagas se pensarmos em todos os campi da URCA. E já começam os rumores de um novo concurso para professor "substituto". Devido a uma ação do Sindurca, a justiça mandou a URCA realizar concurso para 155 vagas para professores e também para o número necessário de técnicos administrativos. Por que a Reitoria não realiza os concursos necessários? Porque a Reitoria não cumpre a ordem judicial? Outro problema crônico são as condições de trabalho. Apesar do Restaurante Universitário, ainda continuamos com enormes carências de salas de aula, sala de professores, laboratórios, etc.
Portanto, mobilizar a categoria, fazer o debate e encaminhar as lutas, é a tarefa essencial do Sindurca. Na próxima sexta-feira, às 19:30 horas, no pátio da pedagogia do campus do pimenta, todos à assembléia para debater o papel da universidade na transformação da sociedade e também da própria universidade.
Compareça!
SINDURCA / ANDES / CSP-CONLUTAS
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