Uma metrópole além de sua capacidade viária, ultrapassada há décadas, e que caminha rapidamente para um cenário caótico. São Paulo? Não. Recife. A frota da capital pernambucana acaba de chegar a 500 mil veículos registrados no Detran após a atualização dos dados do mês de maio. Isso significa que 1/3 da população da cidade tem algum automóvel. Uma conta bruta, considerando até a faixa etária abaixo dos 18 anos. Esse número reflete aquela sensação diária de trânsito asfixiado para os motoristas da cidade, já sem um período definido para o "rush", que é a denominação aplicada para os horários de pico.
Trânsito engarrafado no Pina. Cada vez mais carros para o mesmo espaço. A marca dos 500mil já foi superada e as obras viárias não seguem mesmo ritmo não seguem mesmo ritmo Foto: Helder Tavares/DP/D.A Press 25-3-10 |
A série está fundamentada na pesquisa de campo realizada pela equipe do Diario, que mediu os níveis de serviço (velocidade média e capacidade das vias) dos principais corredores de tráfego da cidade, acompanhada por especialistas na área da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Dos 19 trechos medidos pela pesquisa (veja a metodologia na página seguinte), 12 estão classificados entre E e F, os dois últimos níveis. Essas duas classificações (de um total de seis) indicam que as vias arteriais - como as avenidas Agamenon Magalhães, Caxangá e Domingos Ferreira - estão operando no limite da capacidade, com velocidades que não passam de 22 km/h nos horários de pico. Trata-se de uma retenção muito acima do razoável, que seria dirigir a pelo menos 45 km/h. Alguma obra? Acidente? Blitz? É "apenas" o grande volume de carros que trafega nas 13 mil ruas da cidade.
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