quinta-feira, 3 de junho de 2010

Aliança entre PT e PMDB em Minas se complica


Nos jornais: centrais sindicais gastam R$ 800 mil em ato pró-Dilma

O Globo
Sindicalistas em campanha


Com o lema da luta “contra o retrocesso” nas eleições deste ano, as centrais sindicais realizaram ontem, no Estádio do Pacaembu, seu primeiro ato político unificado e pregaram ampla mobilização dos trabalhadores em outubro pela continuidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar da cautela dos principais líderes, sindicalistas e políticos citaram o nome da pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff. Ao custo de R$ 800 mil, dos quais R$ 135 mil para o aluguel do estádio e outros R$ 35 mil para a companhia de trânsito coordenar o tráfego na região do Pacaembu, as centrais sindicais CUT, Força Sindical, CGTB, CTB e Nova Central reuniram cerca de 23 mil pessoas, segundo registro das catracas, e aprovaram, por aclamação, um manifesto político e uma agenda com cerca de 250 propostas para o próximo governo. A Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora) tem sigla homônima ao congresso intersindical realizado em 1981, no qual não houve acordo para uma proposta única. Desta vez, apenas a UGT não participou, por divergências sobre os objetivos eleitoreiros do encontro.
— Temos que dizer aos trabalhadores que o projeto do presidente Lula tem que continuar. Porque esse é o projeto que deu certo, voltado ao social, aos pobres, ao povo brasileiro. Mas, para não ser tachado de fazer campanha aqui hoje, quero cantar o Hino — disse o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, que, em eventos recentes, fez ataques ao tucano José Serra.

Em seguida, o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, emplacou o que foi uma espécie de “bordão” do encontro: a união contra o “retrocesso”: — Com certeza o maior desafio, a maior responsabilidade é não permitir o retrocesso, não permitir que tenhamos, no nosso país, a volta daqueles que foram os responsáveis pela crise, daqueles que implementaram as políticas neoliberais na década de 1990. Temos que, em alto e bom som, impedir o retrocesso.

Lula promete ir para porta de fábrica

Empolgado num evento repleto de funcionários na Volkswagen que gritavam “olê, olê, olá, Lula, Lula”, o presidente Lula disse ontem que está pronto para fazer campanha até na porta da fábrica a partir do segundo semestre. Sem citar o nome de Dilma Rousseff, pré-candidata do PT, Lula disse aos funcionários para não estranharem caso se deparem com ele: — Não pensem que vão se livrar de mim. Ainda este ano, virei fazer campanha na porta da Volkswagen, lá fora, lá fora. E, ano que vem, não se desesperem se, em vez de encontrar o Nobre ou o Chalita em cima de um caminhão, vocês virem o ex-presidente Lula conversando com vocês às 6h.

Senado aprova MP que reestrutura carreiras e eleva gastos em R$ 2 bi

A exemplo do que já havia feito a Câmara, o Senado aprovou ontem, por votação simbólica, em menos de dez minutos, a Medida Provisória 479, que reestrutura 25 carreiras da administração pública. Os deputados já haviam incluído 18 emendas no texto, com impacto de quase R$ 2 bilhões nos cofres públicos. Ontem, os senadores lamentaram não poder ampliar a lista dos beneficiários da MP, de olho nos dividendos políticos que matéria poderá trazer a quatro meses das eleições.

Reajuste de servidor da Câmara em pauta 
Além da decisão sobre dar ou não o aumento de 7,72% aos aposentados que ganham acima de um salário mínimo, o presidente Lula terá que analisar outra proposta polêmica: o reajuste médio de 15% aos servidores concursados da Câmara, que chega a 38%. O projeto, segundo a Câmara, implicará em impacto anual de R$ 500 mil na folha de pagamentos da Casa, hoje de R$ 2,5 bilhões. Ele também cria o adicional de especialização e dá aumento médio de 33% nas gratificações de Cargos de Natureza Especial (CNE), os cargos de confiança.

Peluso discute com presidente da OAB

Um atrito entre o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Cezar Peluso, que também preside o Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, marcou ontem a sessão do CNJ. Tudo começou com Ophir pedindo a palavra durante uma votação. O ministro negou. Virou discussão entre os dois. Alguns conselheiros intercederam a favor de Ophir. Após o debate, Peluso cedeu e autorizou que o representante da OAB falasse. A sessão terminou, mas a briga não: a OAB divulgou nota chamando Peluso de arbitrário e o ministro respondeu, também por escrito, defendendo o cumprimento do regimento interno do CNJ. Embora não tenha direito de voto, o presidente da OAB tem o direito de se manifestar nas sessões do CNJ.

PSDB reage e cobra explicações sobre dossiê 

O PSDB reagiu ontem e cobrou explicações da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, sobre a tentativa de integrantes da campanha petista de divulgar um suposto dossiê cujo alvo principal seria Verônica Serra, filha do pré-candidato tucano, José Serra. A cúpula tucana tem informações de que a ação teria sido mais ampla e que o outro alvo seria Eduardo Jorge Caldas Pereira, ex-secretário-geral da Presidência no governo Fernando Henrique e hoje secretárioexecutivo do PSDB. Segundo tucanos, ele teve contas vasculhadas. O PT e o comando da campanha de Dilma negam a existência do dossiê.
— As informações que temos são de que a arapongagem petista é muito mais ampla do que apareceu até agora. O surgimento de dossiês é gravíssimo e comprometedor. Desta vez, Dilma não pode pedir ajuda de Erenice Guerra (chefe da Casa Civil).

Dialog obteve valiosos contratos com o governo

A Dialog Comunicação, empresa de eventos cujo sócio Benedito de Oliveira Neto circulava com desenvoltura no QG da campanha de Dilma Rousseff, em Brasília, conquistou na sua breve e meteórica trajetória contratos que, em 2009, quase se igualaram aos conquistados pela irmã mais velha e poderosa: a Gráfica Brasil. Criada em 1969 e comandada pelo pai do dono da Dialog, Benedito de Oliveira, a Brasil é considerada a maior do Centro-Oeste e faturou ano passado R$ 44,8 milhões em serviços prestados à União. Apenas R$ 2,6 milhões a mais que a novata do mercado de eventos, investigada pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Aliança entre PT e PMDB em Minas se complica


Deve cair no colo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a missão de desarmar a bomba da crise mineira, que pode implodir a aliança nacional com o PMDB para dar sustentação à candidatura de Dilma Rousseff. O PMDB ameaça não fazer a convenção marcada para o dia 12, para formalizar a aliança com o PT, se o PT de Minas não apoiar o candidato do partido ao governo local, o senador Hélio Costa. A disputa ganhou um complicador ontem, com o vazamento do resultado da pesquisa encomendada ao Instituto Sensus pelo PT, que deu empate técnico entre o petista Fernando Pimentel e Hélio Costa. Além do empate, Pimentel tem a menor rejeição, o que torna mais difícil para o PT enquadrálo internamente.

Marina diz que é preciso conter corrupção

A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, criticou o inchaço da máquina pública, em entrevista a internautas e jornalistas do site Uol. Segundo ela, é preciso enxugar a máquina e conter a corrupção.
— Por que a gente não pensa em conter o drenamento da corrupção, para enxugar a máquina? A máquina é inchada, sim. O Estado brasileiro precisa ser aperfeiçoado, principalmente no seu inchamento, no seu aparelhamento.
A senadora cobrou o controle de gastos públicos.
— O bom senso diz que devemos ter claro que ninguém quer inflação. Controle é fundamental. A crítica é que isso não se contém só com alta de juros, sim com controle de gastos — disse Marina, para quem a autonomia do BC é boa, mas não precisa ser institucionalizada.

Oliver Stone e a anfitriã Dilma

A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, reuniu-se ontem, por uma hora, com o cineasta americano Oliver Stone, no Brasil para promover seu filme “Ao sul da fronteira”, fruto de suas andanças pela América do Sul, com destaque para o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O encontro, segundo a assessoria de Dilma, foi informal e ocorreu a pedido do cineasta. Dilma e Stone trocaram elogios mútuos. Dilma disse ser “grande fã” do diretor; Stone a qualificou como “carismática”. Os dois saíram sem falar com a imprensa, mas Stone gravou uma pequena entrevista para o site de Dilma, em que diz que ficou impressionado com ela, que é “muito inteligente”.
— Ela é muito focada, fiquei impressionado com isso — disse. Perguntado por que quis conhecê-la, respondeu: — Porque ela é o futuro.

Pesquisa Ibope aponta vitória de Cabral no Rio

Pesquisa Ibope divulgada ontem indica a possibilidade de vitória em primeiro turno para o atual governador Sérgio Cabral (PMDB), que tenta a reeleição. Ele tem 43% das intenções de voto, mais do que a soma de seus adversários. O segundo colocado seria Anthony Garotinho (PR), com 21%, deixando Fernando Gabeira (PV) em terceiro, com 12% da preferência do eleitorado. Votos em branco e nulos somariam 12%. Os que não sabem foram 11%, e 1% não respondeu. A pesquisa, divulgada pelo “Jornal do Brasil”, foi contratada pelo Sindicato dos Condutores da Marinha Mercante e Afins. A pesquisa foi feita entre 19 e 21 de maio, antes de o TRE tornar Garotinho inelegível por três anos. A pesquisa foi registrada no TSE sob o número 12414/2010.
O Estado de S. Paulo
Centrais gastam R$ 800 mil do imposto sindical para pedir voto contra Serra

Cinco centrais sindicais - Força, CUT, CGTB, CTB e Nova Central - pregaram ontem, na assembleia da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em São Paulo, a continuidade do governo Lula e alertaram para um "retrocesso", em clara referência ao pré-candidato tucano à Presidência, José Serra. O evento, pago pelo imposto sindical, que desconta um dia de salário ao ano de todos os trabalhadores com carteira assinada, custou pelo menos R$ 800 mil, segundo o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical.

UGT, por influência do PPS, fica ausente da festa

As divergências político-partidárias dentro das centrais sindicais impediram que a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), realizada ontem no Estádio do Pacaembu, na capital paulista, se transformasse em um ato explícito pró Dilma Rousseff, a pré-candidata do governo Lula à Presidência da República. Embora os organizadores tenham festejado a unidade das centrais, o movimento não foi unânime. Sob a alegação de que a Conclat seria usada como palanque para fazer campanha em favor da pré-candidata do governo, militantes do PPS e do DEM na União Geral dos Trabalhadores (UGT), presidida por Ricardo Patah, articularam e conseguiram evitar que a central participasse do evento.

Deputados vão de carro oficial a evento

Enquanto militantes das centrais sindicais chegavam em ônibus fretados à Praça Charles Miller para a Conclat, o Estado flagrou carros oficiais da Assembleia Legislativa de São Paulo parados no estacionamento da portaria 23 do Pacaembu, destinada ao acesso de políticos e da imprensa.
O deputado estadual Roberto Felício (PT-SP), pré-candidato ao terceiro mandato na Assembleia, foi um dos parlamentares a usar o carro oficial para ir ao evento. "Estou aqui como deputado. Não é um evento de natureza eleitoral, se não eu não viria", justificou. "Quando participei do lançamento da pré-candidatura do (Aloizio) Mercadante, como era uma atividade eleitoral, não usei o carro oficial. Mas aqui é uma atividade de natureza sindical, de movimento popular, e portanto não há nenhuma restrição e nenhuma razão para que eu evitasse o uso do carro."
Testemunha cita desvio para PT na CPI da Bancoop

O técnico em edificações Hélio Malheiro afirmou à CPI da Bancoop que recursos da cooperativa foram desviados para campanhas do PT em 2002. Acusou João Vaccari Neto, na época diretor financeiro da entidade e hoje tesoureiro do PT, de fazer parte do "esquema fraudulento". Também disse que seu irmão, Luís Malheiro, então presidente da Bancoop, foi pressionado a liberar valores para o partido. Dizendo-se ameaçado, Hélio está ao abrigo do Programa de Proteção a Testemunhas desde 2008. Com rosto coberto por capuz, ele chegou à Assembleia Legislativa de São Paulo escoltado por 12 policiais armados e depôs em sessão reservada, diante de 7 parlamentares. O áudio do relato foi transmitido para o plenário.

Oliver Stone grava vídeo de apoio a Dilma

A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, ganhou ontem um cabo eleitoral "importado": o cineasta norte-americano Oliver Stone, que gravou um vídeo de um minuto e 31 segundos recheado de elogios à ex-ministra. Diretor de filmes de sucesso, Stone reuniu-se com a petista por mais de uma hora, em seu comitê de campanha, em Brasília. Na avaliação do cineasta, que se encontrou pela primeira vez com Dilma, a petista é uma pessoa "muito inteligente", com uma "mente brilhante", além de ser "focada" e saber "tudo de energia e de economia". "Ela é dedicada ao desenvolvimento e à continuidade do projeto Lula", disse Stone, no vídeo.

Para americano, cinema é uma estética política


Oliver Stone ganhou seu primeiro Oscar - de roteiro - por O Expresso da Meia-Noite, no qual o diretor Alan Parker narrou a odisseia de um jovem norte-americano nas prisões da Turquia. Vieram depois mais dois Oscars - de direção - por Platoon e Nascido em 4 de Julho, que integram uma trilogia sobre a Guerra do Vietnã, na qual Stone reconstituiu a própria experiência no Sudeste Asiática. O cineasta, num certo sentido, é a exceção num cinema hollywoodiano que quer ser, acima de tudo, diversão. Para Stone, o cinema é uma estética política e ele não abre mão disso. Sua trilogia sobre os presidentes norte-americanos - JFK, a Pergunta Que Não Quer Calar, Nixon e W, sobre George W. Bush - cobrem décadas da história dos Estados Unidos e abarcam períodos importantes. As mudanças no começo dos anos 1960, o Vietnã, Watergate, o pós-11 de Setembro.

Tucano cobra Dilma por 'equipe de arapongas'
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), quer que a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, explique "por que montou uma equipe de espiões e arapongas para fabricar dossiês contra adversários". Reportagem da revista Veja relata que um grupo dentro da campanha da petista teria ensaiado a produção de um dossiê para atingir Serra.
Mas, segundo a revista, a própria Dilma interveio para anular a produção de qualquer dossiê contra o tucano. Foi a coordenação da campanha do candidato do PSDB, José Serra, quem mobilizou Guerra para organizar uma reação à suposta "tática petista" dos dossiês.

Acusado de matar Celso Daniel, Sombra vai a júri popular

A Justiça mandou a júri popular o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, suposto mandante do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT). A sentença de pronúncia, com 21 páginas, foi decretada segunda-feira pelo juiz Antonio Hristov, da 1.ª Vara da Comarca de Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), onde o corpo de Daniel foi localizado em janeiro de 2002. O julgamento ainda não tem data. Cabe recurso. Sombra é formalmente acusado pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado ? motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e intenção de ocultar corrupção e fraudes a licitações na gestão Daniel. Segundo a promotoria de Justiça o empresário encomendou a morte do petista porque ele havia resolvido acabar com esquema de propinas na prefeitura.

Reajuste na Câmara vai custar R$ 500 mi

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está com mais um problema para resolver no que diz respeito ao equilíbrio das contas públicas. Além de ter de decidir se veta ou não o reajuste de 7,72% para as aposentadorias do INSS acima de um salário mínimo, seguirá para sanção presidencial o reajuste salarial para servidores da Câmara aprovado pelos parlamentares, com impacto de R$ 500 milhões por ano. O pacote de bondades atinge os servidores da Câmara com aumento salarial, em média, de 15% para os concursados e de 33%, em média, para os sem concurso, e instituiu o pagamento de um adicional de especialização que poderá significar em torno de mais 30% de acréscimo salarial. O beneficio alcança 6.630 funcionários, 3.300 concursados, 1.300 nomeados sem concurso e 2.030 aposentados.

Senado é o próximo na discussão de cargos e salários

Na semana que vem será a vez de o Senado começar a discutir o plano de cargos e salários dos servidores da Casa. O primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), disse que colocará o assunto em discussão na Mesa Diretora. Fortes é o relator do plano. Segundo ele, no entanto, a proposta não está fechada. "Ainda estou na fase de elaboração." Depois de analisado pela Mesa, o plano vai à votação no plenário. Na semana passada, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse que o debate em torno do tema "não tem sido fácil". Ele defendeu aumento salarial para os funcionários do Senado. Sarney chegou a dizer que o projeto já deveria ter sido aprovado junto com a proposta para os servidores da Câmara.

Folha de S. Paulo
Suspeita de dossiê provoca atrito no PT

O comando da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) vive uma guerra de versões desde o sábado por conta de suspeitas levantadas sobre as atividades de um "grupo de inteligência" que teria sido montado pelo jornalista e consultor Luiz Lanzetta. Dono da empresa Lanza Comunicação, contratada pelo PT, o jornalista de Minas é responsável pela área de imprensa da campanha de Dilma e teria se desentendido com parte do PT-SP que tem assento na coordenação da pré-campanha petista.
Em reportagem divulgada no fim de semana, a revista "Veja" informou que Lanzetta manteve contatos com um delegado aposentado da Polícia Federal e outros investigadores para contratar seus serviços -o contrato não chegou a ser fechado.

Fisco cobra R$ 1,2 bi de empresa de Leal

Controlada pelo empresário Guilherme Leal, pré-candidato a vice na chapa de Marina Silva (PV), a Natura briga com Estados e União para evitar o pagamento de R$ 1,2 bilhão em impostos, multas e honorários. O valor supera o patrimônio líquido do grupo, que é de R$ 1,1 bilhão. A gigante de cosméticos responde a cerca de 160 ações tributárias na Justiça. Mas seus advogados são otimistas: as causas em que consideram a condenação "provável" ou "possível" limitam-se a R$ 179,67 milhões, ou 15% do total. Essa é a quantia citada no último relatório anual da empresa, publicado no "Diário Oficial" paulista. A maior parte do bolo questionado pelas receitas federal e estaduais só aparece num prospecto para investidores, que circulou em julho de 2009.

Grupo confirma números, mas contesta dívida

A direção da Natura confirmou os números apurados pela reportagem, mas informou que contesta todas as cobranças do fisco nas esferas judicial e administrativa. O grupo afirma que as regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), alteradas neste ano, não o obrigavam a informar o valor total de litígios no relatório anual, que é publicado no "Diário Oficial" e no site da Bovespa. A diretora jurídica da empresa, Lucilene Prado, disse que o volume de ações tributárias contra a Natura é "absolutamente razoável", se comparado ao tamanho da empresa e à "complexidade" da carga tributária sobre o setor de cosméticos no país.

O ministro está nu
Um romance com citações eróticas e uma estátua dele próprio nu, vista por um "surpreso" colega em seu refúgio em Minas e comentada nos corredores do STF. Com um perfil que foge às formalidades da toga, o ministro Eros Roberto Grau, 69, está prestes a deixar a corte. Depois de assumir a cadeira deixada por Maurício Corrêa em junho de 2004, o gaúcho Eros Grau tenta hoje, às 16h, uma vaga no "templo dos imortais", a Academia Brasileira de Letras. A Folha apurou que ele tem o apoio de José Sarney, Marco Maciel, Moacyr Scliar, Carlos Nejar e Paulo Coelho. Ainda assim, o favorito à cadeira 29 é o diplomata e ensaísta pernambucano Geraldo de Holanda Cavalcanti.

Gravações mostram venda de sentença em MT, diz PF

Diálogos interceptados pela Polícia Federal revelam bastidores de suposta rede de corrupção que, segundo apuração chefiada pelo Superior Tribunal de Justiça, direcionava resultados de ações em Mato Grosso. No inquérito, ao qual a Folha teve acesso, são descritos 14 julgamentos nos quais a PF viu indícios de venda de sentenças ou de articulações frustradas nesse sentido. Por meio de grampos e escutas, a PF descobriu que o tema era tratado por suspeitos de integrar o esquema, que incluiria advogados, juízes e desembargadores. "Fechamos um negócio de R$ 1 milhão. Vou mandar um de R$ 9.000? Por menos de 100, 200 mil ninguém faz no tribunal." A afirmação, diz a PF, é de Ivone Siqueira, detida há duas semanas sob suspeita de ser intermediadora.

Senado vota pacote de bondades a servidores que custará R$ 1,9 bi 
Emendas de deputados ao pacote de bondades para servidores federais enviado pelo Executivo ao Congresso elevaram o custo anual das medidas de R$ 31,7 milhões para R$ 1,9 bilhão, disse o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR). A medida provisória 479, que reestrutura 25 carreiras da administração federal, aumenta salários e estende gratificações dos servidores, foi aprovada ontem no Senado para não perder a validade.
Jucá adiantou que o presidente Lula vai vetar parte do texto -provavelmente a transferência dos analistas da Receita Previdenciária para a categoria de auditores da Receita, que custaria R$ 1,8 bilhão por ano. Dessa forma, o impacto nas contas públicas deve cair para R$ 35 milhões ao ano.

Centrais gastam R$ 800 mil em ato para criticar o PSDB

Cinco centrais sindicais gastaram pelo menos R$ 800 mil num evento realizado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, no qual reproduziram o slogan adotado pelo PT na campanha eleitoral deste ano -o de que "é preciso impedir o retrocesso". O evento organizado por CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil), Nova Central e CGBT (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil) reuniu 10 mil pessoas. O objetivo era fazer uma agenda de propostas que o movimento sindical quer entregar aos candidatos à Presidência. Mas os líderes adotaram um tom eleitoral e o discurso repetido por petistas contra o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.

*Até o fechamento deste material, a edição do Correio Braziliense desta quarta-feira não estava disponivel na internet.
Fonte: Congresso em Foco

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Homenagem a Luiz Gonzaga