segunda-feira, 21 de setembro de 2009

FIA adverte a Renault, 'livra' os pilotos e bane Briatore da F-1


Em Paris (FRA)

Depois de apenas duas horas de audiência, a Federação Internacional de Automobilismo anunciou a sua decisão no caso em que o brasileiro Nelsinho Piquet bateu sua Renault propositadamente, no GP de Cingapura de Fórmula 1, em 2008. A entidade decidiu advertir o time francês. A Renault não terá de cumprir pena, por ter admitido a culpa, mas fica sujeita ao banimento caso tenha novos problemas graves nos próximos dois anos. Os pilotos foram inocentados.

A decisão da FIA aconteceu após um julgamento realizado nesta segunda-feira em Paris. Nelsinho compareceu à audiência, assim como o espanhol Fernando Alonso, principal favorecido. Na etapa em questão, em 27 de setembro de 2008, Nelsinho bateu seu carro e forçou a entrada do safety-car. Com isso, o bicampeão mundial ganhou posições e acabou vencendo o GP.

A maior punição no caso foi para o então chefe da escuderia Renault, o italiano Flavio Briatore. A entidade baniu o dirigente definitivamente da categoria e proibiu-o inclusive de ser empresário de pilotos. O time já havia anunciado a demissão de Briatore e do engenheiro-chefe Pat Symonds, na última semana, pelo envolvimento com o caso, chamado por muitos de o mais obscuro da história da Fórmula 1.

Já Symonds recebeu uma suspensão de cinco anos. Os pilotos envolvidos, no entanto, contribuíram com as investigações e foram inocentados pela FIA. Já a Renault, que podia ser suspensa do Mundial, fica com uma suspensão considerada "condicional".

"O Conselho decidiu que só ativará a desqualificação se a Renault F1 for considerada culpada de um erro comparável a este durante este período de tempo", afirmou a entidade, em comunicado, sobre os dois anos de "sobreaviso", que pode gerar um banimento definitivo da escuderia francesa.

A advertência à Renault -e não uma punição mais severa- aconteceu após a admissão da escuderia de que o acidente de Nelsinho em Cingapura foi planejado. A escuderia afirmou em comunicado oficial na semana passada que não contestaria as acusações de ter ordenado que o brasileiro forçasse a entrada do safety-car, colidindo seu carro em um lugar que garantiria a entrada do carro de segurança.

Além de Nelsinho e Alonso, outras figuras importantes da categoria apareceram à audiência. Bernie Ecclestone, chefe da Fórmula 1, Max Mosley, presidente da FIA, e Bernard Rey, presidente da Renault F1, estiveram em Paris. Briatore e Symonds se ausentaram.


"Nós nos desculpamos em frente ao Conselho Mundial de Esportes a Motor", afirmou Rey sobre o caso. "Tomamos a responsabilidade total pelo incidente e esperamos poder viver melhores dias no futuro". Ele não falou sobre a possibilidade de o time deixar a Fórmula 1 por espontânea vontade na próxima temporada.

Imunidade
O brasileiro Nelsinho Piquet teve imunidade no julgamento feito pela Federação Internacional de Automobilismo. Isso porque foi ele quem trouxe à tona o caso e ajudou nas investigações nas últimas semanas. Ex-piloto da Renault, demitido do time por Briatore após o GP da Hungria, ele não comentou o julgamento.

Sobre Alonso, foi considerado que o bicampeão mundial não fez nada de errado. "Ele respondeu a todas as questões e demonstrou que não teve responsabilidade sobre o caso", afirmou Max Mosley, após a audiência.

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