segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ANDES em defesa da liberdade sindical

Atos em defesa do Andes, em apoio aos franceses e contra despejo marcam o dia em BSB

O ato em defesa da liberdade Sindical do Andes (Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior) filiado à CSP-CONLUTAS reuniu nesta quinta-feira (21), em Brasília, cerca de 1.500 pessoas. A concentração da manifestação iniciada às 9h, em frente ao prédio do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), pintou de vermelho os arredores Esplanada dos Ministérios e conquistou que seja revista a portaria que impedia o Andes de representar os professores em Santa Catarina.

A pressão e união dos movimentos de trabalhadores, do movimento popular, dos estudantes e professores fizeram com que o ministro do MTE, Carlos Lupi, subisse ao palanque e ouvisse as reivindicações dos manifestantes.

A presidente do Andes, Marina Barbosa, trouxe em mãos ao ministro a liminar que impedia o sindicato de defender os docentes no estado de Santa Catarina. Lupi se prontificou em analisar a nota técnica e, além disso, marcou uma reunião com os representantes do Andes para quarta-feira (3/11) às 14h30.

Para Marina, esta foi uma importante conquista, pois há meses o sindicato tentava contato com o ministro e não obtinha retorno. “Este ato representa a importância da união de todos estes movimentos. As diversas categorias aqui representadas vieram defender o Andes, pois sabem que este sindicato representa uma alternativa de independência ao governo. O ministro ter vindo falar conosco, representa uma vitória e demonstra que a força da manifestação é o caminho para defendermos nossos direitos”, ressaltou.

Logo após a fala do ministro, membros do Andes garantiram que se não fosse revista a liminar e garantida à liberdade sindical da entidade, voltariam ao mesmo local em novo ato.

A manifestação contou com representações da CSP-CONLUTAS, caravanas vieram de diversas localidades, de seus sindicatos filiados, entre os quais, Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, entre outros. Contou também com a participação dos movimentos popular e do campo representados pelo MTST ( Movimento dos Trabalhadores Sem teto), Terra Livre e MTL (Terra, Trabalho e Liberdade).

Representando a CSP-CONLUTAS, Zé Maria de Almeida, lembrou das manifestações na França, em que os trabalhadores de lá saem às ruas contra a reforma da previdência e que os ataques de lá poderiam ser comparados aos sofridos aqui. “O Andes esteve conosco em importantes lutas, entre elas a contrária a reforma da previdência aqui no Brasil, contra o congelamento de salários, contra os ataques aos servidores. Está é a razão do Andes estar sofrendo este ataque, é um sindicato combativo que enfrenta o governo. Por isso devemos lutar juntos, contra a criminalização dos movimentos sociais e pela liberdade sindical”, avalia.

O representante do Conselho de Base, do Sintusp, Raimundo de Souza Tito, assistia atentamente as falas. Quando questionado sobre a importância daquela manifestação, foi enfático: “Não podemos permitir que tirem a liberdade de um sindicato que tem 30 anos de história, pois se isso ocorrer o nosso sindicato pode ser o próximo. Por isso estou aqui, e virei quantas vezes for preciso, pois esta causa é de todos nós”.

Os estudantes também marcaram presença no evento. A representante da Anel (Assembléia Nacional de Estudantes-Livre), Camila Lisboa, disse aos manifestantes que os estudantes iriam  defender o Andes e sua legitimidade. “Nós não vamos aceitar que tanto a representatividade do sindicato quanto seu papel político frente aos ataques contra o governo sejam comprometidos”, informou.

“Viemos de Minas Gerais e São Paulo, somos do movimento popular, mas abraçamos a causa dos nossos companheiros do Andes que sempre estiveram ao nosso lado lutando por moradia, os ataques só mudam de categoira, mas sempre retiram nossos direitos”, disse o representante do MTST, Edson Francisco da Silva, que no meio da multidão carrega uma faixa em apoio ao Andes.

O ato foi finalizado com uma passeata que percorreu o Ministério do Planejamento e teve seu término em frente ao Ministério da Educação, onde foi entregue um documento em defesa dos educadores.

Ato em apoio aos franceses - Às 15h foi realizada uma nova manifestação, desta vez a CSP-CONLUTAS e os estudantes Anel tomaram a frente da Embaixada da França. O objetivo do protesto foi protocolar uma carta assinada por diversas entidades e organizações, contra a reforma da previdência do governo francês e a repressão aos estudantes e trabalhadores que lutam naquele país.

A carta foi entregue para assessores do consulado francês. O encontro foi importante, pois foi marcada uma reunião para quinta-feira (4/11) às 17h entre uma comissão que será formada pelos sindicatos que assinaram a carta e o cônsul.

O documento com a relação de todas as entidades será amplamente divulgado. Além disso, será enviado para as organizações francesas como demonstração da solidariedade e apoio de entidades e organizações brasileiras.

MTST faz manifestação por moradia – Esta quinta-feira foi um importante dia de luta e o movimento popular não ficou fora deste calendário.

Logo após o ato do Andes, ocuparam o Ministério das Cidades em protesto contra a falta de acordo com relação às ocupações de Brazlandia, em Brasília.

O Ministério da Justiça também foi ocupado pelo movimento, que protestava contra a criminalização da pobreza e a política de remoção que irá se agravar ainda mais na Copa de 2014 e das Olímpicas de 2016. As ocupações de Minas Gerais, estavam no ato e reivindicam uma solução para a ameaça de despejos nas Ocupações Camilo Torres, Irma Dorothy, Dandara e Torres gêmeas.

Todas estas manifestações demonstram o caráter da central: sindical, popular, estudantil e internacionalista.

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