quarta-feira, 29 de setembro de 2010

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Risco de 2º turno leva Dilma a acionar Lula

Folha de S. Paulo
Risco de 2º turno leva Dilma a acionar Lula
A ameaça de segundo turno fez a campanha de Dilma Rousseff (PT) reforçar a mobilização nos Estados e acionar o presidente Lula como vacina contra uma onda de boatos que circula entre religiosos católicos e evangélicos. Com essa estratégia, a equipe da petista espera vencer no primeiro turno.

Lula gravou inserções comerciais, que estavam programadas para ser veiculadas a partir de ontem à noite, nas quais "alerta" contra mentiras e boatos que costumam circular na reta final de campanhas. Lula dirá que o alvo desses boatos é a candidatura de Dilma.

Nas últimas duas semanas, a diferença da petista para a soma de todos os seus adversários caiu de 14 pontos para apenas 2, pela contagem de votos válidos -isso significa uma perda de cerca de 6 milhões de votos.

O comando de campanha identificou três motivos para a queda de Dilma: além da onda de boatos entre evangélicos e católicos contra a petista, uma desmobilização nos Estados em razão de um clima de "já ganhou" e o escândalo que derrubou Erenice Guerra da Casa Civil.

"Sangria" de Dilma chega a 6 mi de votos
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, perdeu cerca de 6 milhões de votos nas duas últimas semanas.

Mais da metade dessa "sangria" (cerca de 3,6 milhões de votos) se concentrou exatamente na parcela da população mais beneficiada pelas políticas social e econômica do governo Lula: a chamada nova classe C.
Segundo o Centro de Políticas Sociais (CPS) da FGV-RJ, quase 30 milhões de brasileiros ascenderam à classe C a partir de 2003.

A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, foi a maior beneficiada por essa migração de votos. Ela conquistou cerca de 4 milhões de eleitores no período. Serra ganhou cerca de 2,3 milhões.

Escutas ilegais extinguem processo da Operação Têmis
A Operação Têmis, que investigou a suposta venda de decisões pela Justiça federal de São Paulo, acabou na prática. A juíza Paula Mantovani considerou ilícitas as escutas telefônicas que apontavam que uma liminar poderia ser comprada por R$ 300 mil e encerrou o processo.

A juíza considerou ilegais as provas obtidas por meio de escutas telefônicas por duas razões: 1) o ponto de partida da operação foi uma delação premiada cujo conteúdo não foi previamente investigado pela Polícia Federal, segundo ela; e 2) as prorrogações das escutas telefônicas não foram fundamentadas juridicamente.

Prefeito de Dourados será investigado por dois acusados
A Câmara Municipal de Dourados (MS) constituiu comissão para processar o prefeito afastado Ari Artuzi (sem partido), preso há 27 dias sob suspeita de chefiar suposto esquema de fraudes e desvio de verbas da prefeitura.
A comissão, porém, será chefiada por dois vereadores que também foram presos e denunciados à Justiça por suspeita de participação na mesma trama. Eles foram soltos no início do mês.

São eles o presidente da comissão, José Carlos Cimatti Pereira (PSB), e o relator, Marcelo Barros (DEM). A comissão, que terá 90 dias para decidir se pede a cassação do prefeito, também inclui o suplente Cido Medeiros (DEM).
Segundo a assessoria de imprensa da Câmara, o processo de cassação está relacionado à apresentação, no dia 13 de setembro, do relatório de uma CPI convocada para investigar denúncias de fraude na área da Saúde.

Governo do Amapá libera pagamento de R$ 7,3 mi após prisão
Mesmo com o governador Pedro Paulo Dias (PP) na prisão, o governo do Amapá autorizou pagamento de R$ 7,3 milhões a uma empresa de segurança no dia 17 passado.

Do total, R$ 300 mil foram liberados de imediato e o resto, parcelado em dez meses. "O acordo foi formalizado às escondidas contrariando parecer de procuradores do Estado", diz o presidente da associação dos procuradores, Julhiano Cesar Avelar.
Há uma ação na Justiça para reduzir o valor cobrado pela empresa Setra Segurança, e outra para deixar de pagar qualquer quantia, disse ele.

Serra reclama de questão sobre sua estratégia de campanha
Ao ser questionado pela Folha sobre qual deveria ser sua estratégia para os últimos dias da campanha, o candidato José Serra (PSDB), em vez de responder a pergunta, criticou reportagem com dados negativos sobre sua gestão no governo de São Paulo, publicada pelo jornal no domingo.

Após receber o título de cidadão soteropolitano na Câmara Municipal de Salvador, Serra concedeu rápida entrevista coletiva, na qual não comentou as pesquisas que indicam chance concreta de segundo turno -assunto sobre o qual só falou mais tarde (leia texto nesta página).

A Folha fez a seguinte questão a Serra: "Candidato, nesses últimos dias de campanha, qual deve ser a [sua] estratégia?".
O tucano respondeu: "Certamente não é perder tempo com matéria mentirosa como a que você fez".

Serra precisa mudar no 2º turno, diz Aécio
"Vou colocar um blaser", diz Aécio Neves, 50, antes de falar ao UOL e à Folha ontem em seu apartamento em Belo Horizonte. De calça jeans, ele transmite tranquilidade. Está com 67% de intenção de votos para o Senado. Seu candidato ao governo de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), lidera as pesquisas.

Animado com o Datafolha indicando possibilidade de haver segundo turno na disputa presidencial, ele sentencia sobre o que fazer após 3 de outubro na campanha de José Serra: "Teremos de dar um freio de arrumação".

Como assim? Para Aécio, é preciso usar mais líderes regionais na campanha -como o paulista Geraldo Alckmin e o mineiro Anastasia. Num segundo turno entre Serra e Dilma Rousseff (PT), Aécio julga essencial atrair o apoio de Marina Silva: "Não é apenas o apoio formal da candidata. É o PSDB se aproximar e incorporar algumas propostas do PV". Leia trechos da entrevista, cujo vídeo pode ser visto no UOL (uol.com/aneves)

Consultor confirma à PF pedido de propina
O consultor Rubnei Quícoli, que denunciou um esquema de lobby na Casa Civil, confirmou ontem em depoimento na Polícia Federal que recebeu um pedido de propina de Marco Antonio Oliveira, ex-diretor dos Correios.

Depois de mais de seis horas de depoimento na Superintendência da PF em São Paulo sobre as acusações envolvendo a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, Quícoli disse que confirmou as declarações que já havia feito à Folha.
O consultor confirmou a presença de Israel Guerra nas negociações em que buscava levantar um empréstimo de R$ 9 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para um projeto de energia solar no Nordeste.

Tucano diz que teve conta bancária violada
O vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, teve sua conta acessada no Banco do Brasil sem que a instituição financeira tenha apresentado até agora justificativa para pelo menos uma das consultas. O dirigente tucano afirma que seu sigilo bancário foi quebrado.

"Essas informações apenas confirmam que os acessos aos meus sigilos foram uma coisa organizada e orquestrada", disse ele.

Conforme a Folha revelou em junho, a chamada "equipe de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência levantou dados fiscais e financeiros sigilosos do tucano.

O grupo obteve informações de uma série de três depósitos na conta de EJ no BB no valor de R$ 3,9 milhões, além de cópias de cinco declarações completas de seu Imposto de Renda.

Segundo a Polícia Federal e a Receita, que abriram investigação com base nas revelações feitas pela Folha, os dados fiscais de EJ foram violados numa agência do fisco em Mauá (SP).

No mesmo inquérito, o BB informou à PF que a conta de EJ no banco foi acessada cinco vezes entre 2009 e 2010. Uma das consultas ocorreu numa agência em Maricá (RJ), em março passado.

Foi nesse município que EJ vendeu imóveis do espólio de seu sogro, o que justificou os depósitos de R$ 3,9 milhões. O tucano disse que os últimos depósitos do espólio foram feitos nessa agência, em janeiro e abril, para sua conta em Brasília, e que não houve movimentação em março. Ele afirmou que não tem nem nunca teve conta em agência na cidade.
Segundo a Folha apurou, o BB não explicou à PF a razão desse acesso. Prestou informações genéricas, como relatar que a agência onde ocorreu a consulta tem uma grande movimentação de clientes e de funcionários.
Por meio de sua assessoria, o BB afirmou que todas as consultas à conta de EJ foram realizadas por profissionais autorizados para a tarefa. O banco negou que tenha havido violação dos dados.

EJ contesta dois dos acessos. Em relação ao da agência do Rio, ele diz que não há na resposta do BB à PF explicação para a consulta.

Houve também outro acesso em março deste ano na própria agência em que EJ mantém conta em Brasília. Nesse caso, uma funcionária do banco gerou um relatório sobre uma suposta movimentação financeira atípica na conta do tucano.

O relatório teria sido enviado a autoridades competentes, como o Banco Central e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
EJ diz que não há o menor cabimento na explicação do BB. Afirma que não houve em março nenhum tipo de depósito ou saque incomum. "A PF precisa investigar esses acessos à minha conta."

Em relação aos outros três acessos, o tucano diz que foram realizados a seu pedido.

As cópias das declarações de IR de EJ e dados sobre depósitos em sua conta integravam dossiê feito por grupo de espionagem que era montado com o aval de uma ala da pré-campanha de Dilma.
Após a revista "Veja" ter revelado em maio a movimentação desse grupo, a equipe foi desfeita.

Com Alckmin, reprovação aumenta e matrículas caem
Líder nas pesquisas de intenção de voto para o governo de São Paulo, com chance de vencer no primeiro turno, Geraldo Alckmin (PSDB) viu os índices de reprovação aumentarem e o número de matrículas cair no ensino estadual durante sua gestão como governador.

No ensino médio, de responsabilidade exclusiva do governo do Estado, a reprovação cresceu de 11,2% em 2003 para 17,8% em 2006. A diferença percentual equivale a 71 mil estudantes.

No período, o ensino médio "perdeu" mais de 260 mil alunos -de 1,78 milhão em 2003 para 1,52 milhão em 2006. No ensino fundamental também houve queda de matrículas e aumento dos índices de reprovação.

Tiririca vira sensação em Itapipoca e serve como puxador de votos mesmo fora de SP
A popularidade da candidatura de Tiririca (PR) a deputado federal em São Paulo tem empolgado os moradores de sua cidade natal, Itapipoca, no Ceará.
A prefeitura do município, de pouco mais de 100 mil habitantes, já conta com o apoio do palhaço no Congresso Nacional em caso de vitória nas urnas.

"Ele vai nos ajudar nos apresentando para pessoas de influência em Brasília. Eu vejo ele como um representante dos nordestinos", diz o prefeito João Barroso (PSDB).

A origem do palhaço é lembrada na propaganda de deputados estaduais e federais do PR no Ceará.

Na TV, Tiririca aparece pedindo voto para os postulantes de sua legenda com o bordão: "Nesta eleição não erre, vote nos candidatos do PR. Os candidatos lindo [sic]".

O uso de sua imagem pelo candidato a deputado federal Adler Girão (PR), que adotou nas urnas o mesmo número do palhaço, motivou o MPE (Ministério Público Eleitoral) a pedir à Justiça Eleitoral a suspensão das imagens de Tiririca na propaganda do colega cearense.

O argumento é que as imagens podem fazer o eleitor acreditar que, votando em Girão, estará, na verdade, validando a candidatura de Tiririca. (FLÁVIA FOREQUE)

Supremo deve arquivar recurso de Roriz contra Lei da Ficha Limpa
O STF (Supremo Tribunal Federal) deverá arquivar hoje o recurso de Joaquim Roriz (PSC), ex-candidato ao governo do DF, contra a Lei da Ficha Limpa. O tribunal não deve, ao menos por ora, voltar a discutir a aplicação das regras neste ano.

Os ministros se reuniram ontem, a portas fechadas, e ficou praticamente decidido que o debate sobre a legislação será retomado apenas quando o Supremo julgar um outro caso de político barrado pela Lei da Ficha Limpa.
A reunião também serviu para evitar novas discussões que, segundo os ministros, só servem para prejudicar a imagem do tribunal. Praticamente todos os integrantes da corte foram ao encontro.

A prefeitos do MA, Sarney pede apoio para Roseana em "semana nervosa"
Embora diga que acompanha o pleito no Maranhão apenas como espectador, o ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP) mergulhou de cabeça na campanha para reeleger a filha, Roseana, governadora do Estado.

Em almoço fechado com dezenas de prefeitos anteontem, ele disse enfrentar uma das eleições mais importantes de sua vida e atacou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB.

"O Fernando Henrique Cardoso não mandou um tostão para o Maranhão", disse Sarney, após alinhar todas as obras que realizou no Estado, ou para as quais viabilizou recursos, em seus mais de 40 anos de vida pública.

São Paulo e outros quatro Estados liberam bebidas no dia da votação
O Estado de São Paulo não terá a chamada "lei seca" eleitoral -proibição de venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos- no próximo dia 3.
A Secretaria de Segurança prometeu, porém, reforçar o policiamento no dia do pleito. Em 2008, a medida também não vigorou.

Outros quatro Estados (RJ, RS, SC e BA), também abandonaram a "lei seca".
Segurança é o foco de rivais contra Jaques Wagner, líder nas pesquisas
O debate entre candidatos ao governo baiano da TV Bahia (afiliada da Rede Globo) foi marcado por críticas ao aumento da violência no Estado e acusações de corrupção na gestão da saúde do governador Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição.

O ex-governador da Bahia Paulo Souto (DEM) disse que o crescimento da violência é um problema "assustador" da gestão de Wagner, com 18 mil homicídios em quatro anos.

Geddel Vieira Lima (PMDB) afirmou que os jovens são "presas fáceis do tráfico de drogas" e cobrou a construção de vilas para policiais militares, promessa não cumprida.
Com chance de vencer no 1º turno, Tarso evita embate com Yeda e Fogaça
Líder na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul, o candidato Tarso Genro (PT) evitou o confronto direto com seus principais adversários, José Fogaça (PMDB) e Yeda Crusius (PSDB), durante o debate.

Nas duas primeiras oportunidades que teve para perguntar aos adversários, o petista acabou escolhendo candidatos de legendas nanicas -Aroldo Medina (PRP) e Carlos Schneider (PMN)- para responderem sobre Copa do Mundo e sobre tributos.

Segundo o Datafolha, o petista aparece com 46% das intenções de voto. Em segundo lugar, o peemedebista está com 23%, seguido pela governadora tucana com 15%.
No 1º debate, mulher de Roriz não responde perguntas
Quatro dias depois de assumir o lugar do marido na corrida pelo governo do Distrito Federal, Weslian Roriz (PSC) esteve pouco à vontade no último debate entre os candidatos que disputam o comando do DF, realizado ontem pela TV Globo.

Esqueceu o assunto de uma pergunta, não respondeu a questionamentos -"tudo vai ter seu tempo e sua hora"- e perdeu quase todos os minutos de um bloco ao procurar uma "cola" sobre gestão pública.

Em seu primeiro debate, Weslian, a mulher do ex-candidato Joaquim Roriz (PSC), fez ataques a Agnelo Queiroz (PT), líder nas pesquisas de intenções de votos.

Ao ser questionada por Agnelo sobre suas propostas para a área de t
transportes, Weslian preferiu acusar o petista de ser a favor do aborto.
"O senhor foi do partido comunista, que não acredita em Deus, e agora está no PT. O PT expulsou quem é contra o aborto." Agnelo reagiu e disse que, além de ser contra aborto, é "cristão".

Em vários momentos, Weslian citou programas implantados por Roriz nas suas quatro gestões no governo do DF. Ao responder sobre corrupção, a candidata se confundiu e chegou a dizer que iria defender "aquela corrupção". Depois falou que é uma "mulher de princípios".

Roriz renunciou à sua candidatura na semana passada, depois que o Supremo Tribunal Federal suspendeu o julgamento da Lei da Ficha Limpa. Diante do impasse da corte, que ficou empatado em 5 a 5 sobre a aplicação da lei neste ano, o candidato colocou a mulher em seu lugar.

O Ministério Público Eleitoral emitiu parecer contrário ao registro da candidatura de Weslian. Para os procuradores, a candidatura é "escárnio e fraude". Além de Weslian e Agnelo, participaram do debate Eduardo Brandão (PV) e Toninho (PSOL).
O debate foi marcado pelo confronto entre militantes aliados da família Roriz e de Agnelo. Cerca de 200 pessoas entraram em confronto logo após a chegada de Weslian aos estúdios da TV Globo, segundo a Polícia Militar.
Os manifestantes jogaram pedras, bandeiras e cabos de madeiras contra os adversários. A PM, que contava com 16 homens, só controlou a confusão após aumentar o efetivo para 30 homens.

Em meio às agressões, o repórter-fotográfico da Folha Alan Marques foi atingido por uma pedra na cabeça e levou sete pontos. Um cinegrafista, um auxiliar de câmera da TV Globo e um policial também ficaram feridos -assim como ao menos três manifestantes de PT e PSC.

Do alto do carro de som, um aliado de Roriz incitava os petistas. "Isso vai acabar quando o PT sair de Brasília."

Em outro carro de som, aliados de Agnelo reagiam. "São provocadores, jogaram bandeiras e cabos. Polícia Militar, peça reforço."

Ninguém foi preso. O capitão Isângelo Senna, da PM, justificou o baixo número de policiais ao afirmar que havia "clima de respeito".
Alvo em outros debates, Cabral vai ao ataque
Alvo nos debates anteriores, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), candidato à reeleição, partiu para o ataque no debate de ontem da TV Globo. Teve, porém, que responder a acusações.

Ele e Fernando Peregrino (PR) trocaram farpas nos três primeiros blocos. O deputado Fernando Gabeira (PV) centrou o discurso em propostas, mas não se furtou a provocar o governador.

Logo no primeiro bloco, Peregrino questionou Cabral sobre a contratação pela Supervia e do Metrô, concessionárias do Estado, do escritório de advocacia da primeira-dama, Adriana Ancelmo.

Em Minas Gerais, Anastasia e Costa partem para o ataque
Os candidatos ao governo de Minas Antonio Anastasia (PSDB) e Hélio Costa (PMDB) partiram para o ataque um contra o outro, ontem, no debate da TV Globo.

Atrás nas pesquisas, Costa acusou o governo tucano, até março ocupado por Aécio Neves (PSDB) e hoje sob Anastasia, de priorizar gastos em propaganda e na construção do Centro Administrativo, nova sede do governo mineiro, em detrimento da área social.

O peemedebista disse que, no Senado, sempre destinou recursos para a saúde do Estado, mas que estes não chegaram aos municípios.

Collor nega que tenha manipulado pesquisa; Vilela diz ter criado vagas
O último debate para o governo de Alagoas no primeiro turno teve troca de farpas, mas os três principais candidatos, Fernando Collor (PTB), Ronaldo Lessa (PDT) e Teotonio Vilela Filho (PSDB) evitaram bater de frente e enalteceram suas gestões.

O candidato Mário Agra (PSOL) perguntou ao senador Fernando Collor (PTB) se o instituto Gape, que pertence ao grupo de comunicação da família de Collor, manipulou ou não o resultado da pesquisa divulgada no final de agosto.

Correio Braziliense
Maioria dos fichas sujas com Dilma
A ampla coligação que deu um clima acolhedor à candidata Dilma Rousseff (PT) nos estados também tem rendido maus frutos. Estão no grupo de apoio da petista mais da metade dos políticos barrados pela Justiça Eleitoral com base nos critérios de conduta estabelecidos pela Lei da Ficha Limpa. São candidatos aliados da governista, cuja maioria conta não apenas com fotos em banners ao lado de Dilma e do presidente Lula, mas com aparições diárias da dupla em seus programas eleitorais declarando apoio e pedindo votos. Segundo levantamento realizado pelo Correio, a nova regra negou o registro de 242 pleiteantes a cargos públicos. Desses, 100 estão em partidos oficialmente coligados a Dilma e outros 24 são do PP, que apoia informalmente a candidata. Números que representam 51,2% do total de candidatos barrados em todo o país.
O maior peso nas costas da coligação dilmista é resultado das 30 impugnações do PMDB, principal aliado e legenda à qual pertence o vice da chapa, Michel Temer (SP). Estão entre os peemedebistas casos emblemáticos como o de Jader Barbalho (PA), que renunciou ao mandato de senador em 2001 para não ser cassado por corrupção. Barbalho promete não desistir da disputa e garante que será o senador mais bem votado do Pará. É do PMDB também o candidato a senador por Goiás Adib Elias. Em seu programa, ele aparece de mãos dadas com a candidata do PT e constantemente mostra trechos do comício realizado no mês passado em que Lula e Dilma pediram votos para ele.


Entre a gaveta e a validade
O Supremo Tribunal Federal (STF) terá mais uma chance, na sessão plenária de hoje à tarde, de colocar um ponto final na polêmica que se construiu em torno da possibilidade ou não da aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições deste ano. Em pauta, a desistência apresentada pelo ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC) do recurso em que ele tentava reverter sua inelegibilidade.
Os cenários para a análise de hoje são inúmeros (veja quadro). Os ministros podem decidir desempatar o julgamento iniciado na semana passada, mas também podem apenas arquivar o caso e deixar para depois das eleições uma resposta definitiva sobre a aplicação da lei, o que deixará as possíveis vitórias nas urnas de importantes figuras políticas do país pendentes de uma decisão judicial.

Discurso otimista, mas tempo restrito
“Tentaram me ignorar, mas agora não dá mais.” Com esse tom e apostando na chance de chegar ao segundo turno no domingo, a candidata do PV à Presidência, Marina Silva, tentou disseminar no eleitorado ontem, tanto em Belém quanto em Juiz de Fora (MG), a aura de otimismo que considera essencial para consolidar a “onda verde” na reta final da corrida presidencial. “Eu acredito na confiança dos cidadãos e cidadãs e na capacidade de cada um de querer um Brasil melhor”, disse “O Brasil vai decidir no segundo turno se quer a Silva ou uma Rousseff”, afirmou.
Marina atribuiu seu crescimento nas pesquisas ao posicionamento propositivo adotado na campanha, longe do vale-tudo eleitoral. A ex-ministra confia que pode vencer as eleições se passar da primeira rodada, por meio do horário eleitoral, que será o mesmo entre os dois concorrentes. “Com um minuto e vinte nós conseguimos mobilizar as pessoas e, com certeza, com o mesmo tempo, as pessoas vão poder tomar uma decisão com mais clareza, de forma mais confiante”, completou.

O salto alto está quebrado
A euforia que tomou conta da equipe de campanha da candidata à Presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, há algumas semanas — após resultados favoráveis em pesquisas de intenção de votos — não é mais a mesma. Os escândalos envolvendo a ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra e, especialmente, o crescimento da presidenciável do PV, Marina Silva, torna a possibilidade de um segundo turno entre a petista e o tucano José Serra cada vez mais palpável.
Se a corrida pelo Palácio do Planalto não terminar no próximo domingo, como esperava o PT, o planejamento do partido terá que mudar. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendia liquidar a fatura logo e, assim, concentrar esforços para garantir o maior número de aliados na esfera estadual — é possível que haja segundo turno para governador em até 11 unidades da Federação.

A fé que cobra votos
A subida da presidenciável Marina Silva (PV-AC) nas pesquisas de intenção de voto fez com que a campanha da petista Dilma Rousseff organizasse nova ofensiva sobre o eleitorado evangélico para tentar liquidar a eleição no primeiro turno. De olho no segmento religioso, que representa cerca de 34 milhões de votos, os petistas marcaram para a sexta-feira, às 10h, uma reunião em Brasília de lideranças de igrejas como a Universal do Reino de Deus, a do Evangelho Quadrangular, a Batista e a Assembleia de Deus. A intenção é unificar os discursos dos pastores, para que peçam votos dos fiéis nos cultos marcados para a véspera do pleito. A tarefa, no entanto, promete ser difícil. O apoio à petista coloca várias instituições evangélicas em cantos opostos da mesa.
O encontro, organizado pelo deputado federal e bispo da Assembleia de Deus Manoel Ferreira (PR-RJ), terá protestos de fiéis. Eles estão descontentes(1) com a decisão do religioso de anunciar o apoio do Ministério Madureira — ramo importante da Assembleia controlado por Ferreira —, à candidatura petista. “O que estamos querendo denunciar é a questão do voto de cabresto. Querem criar um curral eleitoral, estão vendendo algo (os votos dos fiéis) que não será entregue”, critica o servidor público Ismael Almeida, membro da igreja.

Palanque eletrônico
Última semana de propaganda política para presidente. Serra fala das benesses de sua gestão como ministro, governador e prefeito para a saúde do cidadão; Dilma contabiliza as vantagens do governo Lula e mostra um país que só cresce. O horário gratuito na tevê poderia ser representado pela imagem de um cachorro correndo atrás do próprio rabo. Pelo menos para os dois candidatos mais bem posicionados nas pesquisas até então, o palanque eletrônico termina como começou: completamente alienado.
Os candidatos entregaram o conteúdo dos programas aos marqueteiros e o resultado é esse Brasil cor-de-rosa, excessivamente feliz. Na tevê, surge uma supermegaultrapowernação onde não há mais filas no INSS, boa parte tem casa própria, voa de avião e tem, sobretudo, auto-estima. Um país que tem orgulho de si foi o que se ergueu nos programas desses candidatos. Tudo estava blindado. Parece que ficou chato mostrar o que não deu certo, o que pode ser aprimorado. E os ventos de fora não sopraram nos estúdios de gravação.


Haja cifra por um gabinete
Os valores das doações registradas na Justiça Eleitoral mostram que custa muito caro eleger um deputado federal. As chances são maiores para quem tem um bom caixa de campanha. O total da contribuições dos 6 mil candidatos a uma vaga na Câmara chega a R$ 303 milhões. Mas as 513 campanhas mais caras somam R$ 244 milhões, uma média de R$ 477 mil por candidato, o que mostra a concentração dos recursos em uma minoria. A arrecadação de 43 candidatos já superou R$ 1 milhão. O dinheiro necessário para fazer uma campanha bem estruturada varia de estado para estado. Proporcionalmente, é mais caro fazer política em Goiás. Ali, o custo médio das 17 campanhas mais caras (corresponde ao número de vagas na Câmara) fica em R$ 787 mil.
O Correio fez um levantamento nos 26 estados e no Distrito Federal a partir da base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sempre considerando o número de vagas da cada estado na Câmara. Em São Paulo, o valor médio das 70 campanhas mais caras ficou em R$ 734 mil. Surpreendem os estados do Centro-Oeste. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás ficam entre os cinco colégios de campanhas mais caros. Minas é o terceiro, com média de R$ 572 mil. Nos estados mais pobres do Norte e do Nordeste, a média das campanhas mais elevadas fica em torno de R$ 200 mil.

Renegadas nas urnas e no PT
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cuidou tanto da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República que esqueceu as outras petistas que concorrem aos governos estaduais. Para essas mulheres, a onda vermelha falhou. Pelo menos, até agora. A cinco dias da votação, a governadora Ana Júlia Carepa, que concorre à reeleição no Pará, e a líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC), de olho no governo de Santa Catarina, correm o risco da derrota já em 3 de outubro. E, para evitar o fiasco, colaram suas imagens à de Lula para exibi-las hoje na TV, o último dia de horário eleitoral para os governos estaduais.
Além de estarem prontas para atribuir eventuais fracassos ao que consideram pouco apoio do governo federal, as duas têm ainda outra semelhança no que se refere aos aliados: nem Ana Júlia nem Ideli contam com o PMDB em seus palanques regionais. No Pará, o PMDB lançou candidato próprio ao governo. Em Santa Catarina, o ex-governador Luiz Henrique da Silveira concorre ao Senado como adversário da candidata petista. “Hoje, ao fim da campanha, temos a certeza de que esse apoio seria fundamental”, diz o cientista político Paulo Kramer, que acompanha os cenários estaduais.

PF reforça ação contra crimes
O crescimento assustador dos crimes eleitorais obrigou a Polícia Federal (PF) a enviar um grande efetivo para o Rio Grande do Norte. Cerca de 100 agentes do Distrito Federal (DF) e de outros estados vão fiscalizar várias cidades potiguares, consideradas áreas com histórico de compra de votos. Além de homens, a PF poderá deslocar um helicóptero de Brasília para Natal a fim de ajudar no deslocamento rápido dos policiais. Ontem, alguns estados começaram a proibir saques superiores a R$ 10 mil para evitar o uso indevido do dinheiro durante a eleição do próximo domingo.
Segundo a PF, em número de crimes eleitorais, o Rio Grande do Norte ocupa hoje a quarta colocação entre todos os estados brasileiros e o DF, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Minas Gerais. De acordo com o superintendente da corporação em Natal, Marcelo Morese, além do aumento do efetivo, que foi pedido pelo procurador regional eleitoral Ronaldo Pinheiro, a própria PF viu a necessidade de requisitar mais policiais. “Não está descartada a hipótese de emprego de um helicóptero para dar maior mobilidade de atuação”, afirmou Morese.

O Globo
O tom do recado
A pergunta feita a um empresário, numa conversa com várias pessoas, foi: "É verdade que emissários do PT telefonam para empresas avisando que sabem quem não está fazendo doações para a campanha?"
O empresário respondeu: "Para mim, telefonaram e foram pessoalmente dizer que notaram que eu não tinha feito doação na última eleição nem tinha feito ainda nesta."
Eu ouvi essa conversa estarrecedora. Esse tipo de encaminhamento do pedido de doação, se estiver generalizado, é uma forma de ameaça.
A frase: "Notamos que você não fez doação na última eleição e ainda não fez nesta" pode ser entendida pelo que está embutido: estamos de olho em você.
O Estado, hoje, é quem concede a maioria do crédito; o BNDES aumentou de forma extravagante suas concessões de empréstimo subsidiado e a arbitrariedade de suas escolhas dos "campeões", que o faz negar créditos a alguns e conceder em excesso a outros que, na visão do banco, estão mais aptos a vencer a competição global.

Para especialistas, segundo turno mais próximo
A queda no índice de intenções de voto da presidenciável Dilma Rousseff (PT) e a subida de Marina Silva (PV), conforme divulgado ontem pelo Instituto Datafolha, pode levar ao segundo turno, de acordo com a análise de especialistas.
— A tendência que as pesquisas mostram é o crescimento de Marina. Ela está convencendo mais a classe média, eleitores de mais escolaridade e renda, e está tirando votos de Serra e de Dilma. Isso depois das denúncias do caso Erenice — analisou Mauro Paulino, diretor do Datafolha, que acredita ser o segundo turno ainda é uma "incógnita".
— A grande incógnita é se vai ter segundo turno e quem vai disputar com Dilma. Muito provavelmente será Serra, mas nada ainda está decidido.
A tendência mostrada pelo Datafolha faz com que o professor Emmanuel Publio Dias, diretor da ESPM e especialista em marketing político, tenha certeza de que haverá segundo turno.

Na campanha de Dilma, ordem para não atacar Marina
Após a pesquisa Datafolha, a ordem no comando da campanha presidencial governista ontem foi a de tentar uma grande mobilização da militância petista até domingo, e, ao mesmo tempo, redobrar os cuidados e a cautela da candidata Dilma Rousseff, para que ela não vá para o confronto com a adversária Marina Silva, do PV.
O comando da campanha já havia identificado que Dilma errou ao atacar Marina no debate de domingo à noite na TV Record.
Ex-petista, a candidata do PV e seus eleitores serão cortejados num eventual segundo turno entre Dilma e o tucano José Serra.
O fato é que a campanha do PT entrou em estado de alerta.

Marina fala em ‘Silva contra a Rousseff’
Animada com as pesquisas que demonstram seu crescimento na conquista de eleitores, a candidata do PV à Presidência, Marina Silva, acentuou as críticas contra petistas e tucanos — postura recente que deverá manter no debate na Rede Globo, amanhã — e elegeu uma nova palavra de ordem, pedindo o confronto "Silva contra a Rousseff" no segundo turno.
E voltou a afirmar que já conquistou a preferência de mais eleitores do que mostram as pesquisas.
Em encontro com evangélicos do Conselho de Pastores de Juiz de Fora (MG), no início da noite de ontem, ela disse que as pesquisas subestimam seu crescimento e disse não ter dúvidas de que estará no segundo turno:
— As pesquisas estão indicando tendência de alta, mas o que eu encontro nas ruas é muito maior do que aparece nas pesquisas. Elas não estão conseguindo alcançar a mobilização que existe nas ruas do país. No dia 3 de outubro, o Brasil vai ter uma grande surpresa, porque aí não será mais possível não alcançar aquilo que os brasileiros democraticamente depositaram na urna — afirmou a candidata, para em seguida listar três capitais e um estado em que, segundo ela, a ultrapassagem sobre o tucano José Serra (PSDB) já se confirmaria em números.

Guerra diz que no 2º turno ‘será outra campanha’
Apesar do otimismo com os dados do Datafolha, a incógnita, tanto para aliados do tucano José Serra como da verde Marina Silva, é saber se o ritmo de queda da petista Dilma Rousseff, a menos de uma semana da eleição, será suficiente para queimar toda a "gordura" que ela tem de vantagem.
Os tucanos mais realistas gostariam que Serra tivesse acelerado seu crescimento — ele precisaria chegar a 35% dos votos válidos, para não contar apenas com o avanço de Marina. Na pesquisa Datafolha, ele oscilou de 31% para 32%.
— O movimento de queda de Dilma tende a se acentuar. No primeiro momento, a Marina é a favorecida, mas o fato é que o Serra não está perdendo votos, está até ganhando — disse o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). — No segundo turno, será outra campanha.

‘FT’: rumo da economia com Dilma não é claro
Ainda não está clara a direção que a economia brasileira tomaria caso Dilma Rousseff (PT) seja eleita.
A afirmação é de uma reportagem publicada na edição de ontem do jornal britânico "Financial Times".
Sob o título "Lula se revela um político difícil de suceder", o texto diz que, apesar de a presidenciável petista se comprometer a continuar as políticas da administração Lula, o governo estaria enviando sinais ambíguos quanto à manutenção da atual política macroeconômica e de ações como redução gradual do déficit público.

Para o "FT", "essa ambiguidade tornaria difícil prever que rumo será dado à economia sob o governo Dilma Rousseff".
Fonte: http://congressoemfoco.uol.com.br/

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