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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Carta Aberta - Rede Social de Barbalha em defesa da Escola de Artes Violeta Arraes

CARTA ABERTA DO POVO DE BARBALHA ÀS AUTORIDADES PÚBLICAS E INSTITUIÇÕES DO CEARÁ
Por Rede Social de Barbalha 
O município de Barbalha foi um dos municípios que juntamente com Crato e Juazeiro do Norte participou efetivamente para a criação e implantação da Universidade Regional do Cariri - URCA, tendo o seu campus assegurado pela Lei de Criação da Universidade.
Somente após 18 anos de criação da URCA, o município idealizou e reivindicou junto a URCA a uma Faculdade de Artes, inclusive contribuindo economicamente com elaboração do projeto da sua criação.
A faculdade de Artes de Barbalha foi criada em 2005. Sua recepção no município de Barbalha foi orientada juridicamente por convênio firmado entre a Universidade Regional do Cariri e o poder público municipal.
Pelos convênios estabelecidos, ao longo dos anos, após a sua criação, o município empreendeu recursos públicos, da população, pagando aluguéis de prédios e funcionários, para o seu funcionamento, como acordado no convênio.
Vestibulares e concurso públicos para professores foram abertos, cujos editais, publicados em Diário Oficial do Estado, asseguraram as atividades docentes no Campus de Barbalha. Ocorre que a ausência do Governo do Estado na promoção do Ensino superior, levou a URCA, e as demais IES do Ceará, à precarização do Ensino.
Nesse contexto, os investimentos públicos do Governo do Estado não contemplaram a demanda  de infra-estrutura necessária ao  funcionamento do Cursos de Artes, incluindo contratação de professores e Espaços físicos. O Estado se ausentou do processo de consolidação da Faculdade de Barbalha, transferindo as suas obrigações, à Prefeitura de Barbalha, no que diz respeito a  estrutura física do seu funcionamento. O papel do município, de recepcionar a Faculdade no seu momento inicial, pela omissão do estado, tornou-se permanente, onde a partir dos convênios firmados, ficou arcando com obrigações de obrigações do governo estadual.
Hoje a demanda da Faculdade necessita da intervenção do Estado na promoção de sua funcionalidade, e este, se ausenta do processo. Como solução ao problema, a Direção da Escola de Artes, legitimada pela Reitoria da Urca, transferiu de forma unilateral, o Curso para a cidade vizinha de Juazeiro do Norte, quebrando o convênio firmado entre a URCA e a Prefeitura que representa os munícipes.  Trata-se de uma decisão ad-referendo do Reitor, que inviabilizou a discussão do seu teor, junto às instancias superiores da Universidade, tais como o Centro de Ensino, Pesquisa e Extensão – CEPE e o Conselho Universitário – CONSUNI,  que é a instância máxima da Instituição. Nesse processo de transferência, numa afronto a zelo com o patrimônio público, foram transferidos em carros particulares de alunos e professores e em caminhão de uma empresa de refrigerante da região. 
O agravante, é que o este fato se concretizou sem URCA comunicar formalmente a retirada do curso ao poder publico municipal, quebrando de forma unilateralmente o convênio firmado por tempo indeterminado.  Diante disto a sociedade, que também não foi ouvida, e as instituições  sentiram-se abaladas e desrespeitada  dos seus direitos de acesso à um bem cultural historicamente conquistado.
Os estudantes, do município e cidades vizinhas sentem com isso os seus direitos desrespeitados, considerando que fizeram o vestibular, ou entraram como graduados, conforme edital publicado em Diário Oficial do Estado para o campus de Barbalha, condicionado por sua disponibilidade de tempo. Agora estes estudantes locais e de cidades vizinhas, estão impossibilitados de assistir aulas em outra cidade, para dar continuidade ao curso numa perspectiva de perderem o semestre. Eles exigem que a URCA cumpra o Edital que regeu os seus ingressos como estudantes na instituição.
Os estudantes exigem o seu direito de estudar. As desculpas de que a cidade não tem condições de funcionalidade do curso não procede, considerando, que a obrigação a estrutura física de prédios para funcionalidade da Faculdade é de responsabilidade do Estado. Eles são vitimas da omissão do Estado para com a educação, e estão pedindo apoio da sociedade reivindicando seus direitos.
Nesse contesto, entende-se que a Universidade é um bem cultural público, pertence à população, e que, a ela, deve dar satisfação dos seus atos, considerando que os gestores passam e que a Universidade fica para sucessivas gerações.    A auto-estima do povo de Barbalha foi arranhada por uma decisão impensada,  autoritária e desrespeitosa dos gestores da Universidade. É a consequência  da falta de compromisso do Estado para com o Ensino Superior do Ceará.  
A subtração desse patrimônio cultural de Barbalha representa o antagonismo ao propósito de regionalização da própria Universidade. No momento em que o Cariri vive o seu processo de metropolização, a URCA, na contramão da história, restringe a sua interatividade acadêmica com os municípios. O povo de Barbalha, e todos que tem bom senso, encontram-se indignados, com a falta de responsabilidade do Estado para com o ensino e com as ações antidemocráticas e desrespeitosas dos Gestores da URCA.  
A solução para superarão dos problemas da educação, não passa pela subtração dos direitos ao  acesso à educação e da cultura pelos munícipes, a Barbalha exige respeito! Abracem esta causa, façam valer a constituição. Pelo Retorno Imediato da Escola de Artes para Barbalha!



CANÇÃO DO EXÍLIO DA ESCOLA DE ARTES VIOLETA ARRAES


Por Hildegardis Ferreira(*)

“NÃO PERMITA DEUS QUE EU MORRA
SEM QUE EU VOLTE  PRA LÁ”
QUEM ME TROUXE PARA CÁ
PREGOU PEÇA EM MEU DESTINO
FEITO SONHO DE MENINO,
FEITO BARCO DE PAPEL.
REZADEIRA SEM O VÉU???
ANTES DE TUDO É PECADO!!!
ME TIRAR DA MINHA TERRA
É AÇOITE, UM MALTRATADO
O que fizeram com esse nome de glórias e de história, que engrandece o nosso povo, a nossa gente verdadeira e de sangue Kariri.

A Magnífica Reitora Violeta Arraes Gervaiseau recebeu a homenagem de ter o nome eternizado na Escola de Artes da URCA na cidade de Barbalha, tendo como vizinhança a Igreja Matriz de Santo Antônio e o Caminho do Pau-da-Bandeira.

Ora, como o destino pode ser tão cruel com a Dra. Violeta Arraes, que em vida foi arrebatada de sua terra, de sua gente e teve que viver além mar, um exílio político na França em 1968 por força da arrogância e prepotência dos ditadores militares. Agora 40 anos depois tem o seu nome novamente arrebatado juntamente com a Escola de Artes, de forma truculenta e sem o mínimo de respeito com a sociedade barbalhense que a acolheu, é levada para viver, forçosamente em outras terras.

Violeta Arraes conhecida, também, como "A Rosa de Paris" pela generosidade de acolher os  brasileiros exilados e ajudar no tratamento psicoterapeuta dos torturados, foi uma representação brasileira importantíssima na defesa dos Direitos Humanos no campo internacional, denunciando os crimes da ditadura brasileira e amparando também os perseguidos por Pinochet no Chile.

Esse é um nome que tem que ser preservado de qualquer mazela, mas os políticos do ceará não primam por essa necessidade, assim como fez o Ex-gov. Lúcio Alcântara que usou o nome do Poeta Maior Patativa do Assaré para dar nome a um Presídio, mas o nome de Violeta Arraes estava estampado em um bom lugar, digno de uma eterna preservação, o problema é que mãos sem histórias e sem zelo, resolveram conduzi-la de forma imprópria ao invés de apenas cumprir a obrigação dos cuidados e afagos.

E assim fez Caetano Veloso quando cantou "Cajuína" e pela "lágrima nordestina" chamou o povo brasileiro para homenagear e reverenciar a memória de Violeta Arraes, enquanto um caminhão da Cajuína, feito "pau-de-arara", carregava os bens, os sonhos e o futuro de um povo em sua carroceria. Como se tudo em nós fosse deserto, pois nós barbalhenses somos como as primeiras chuvas de janeiro, carregamos nos olhos  e no coração, promessas de boas colheitas.

Acreditar que a Escola de Artes retornará à  Barbalha, fica difícil, pois enquanto o Prefeito  diz que está de "portas abertas" para acolher a Escola, o Secretário de Cultura ocupa o prédio do Casarão no mesmo momento, e como se tudo fosse orquestrado, cala a Reitoria e o Governo do Estado, sem dar nenhuma satisfação ao nosso povo.

Esse será simplesmente motivo de falácias de futuros palanques dos políticos dominantes, assim como será, também, a enchente do rio grangeiro e a cassação do prefeito que não foi cassado.

SOLDADINHO DO ARARIPE
EU TE PEÇO POR FAVOR
ME LIVRAI DA GRANDE DOR
DO EXÍLIO AMARGURANTE
NÃO QUERO SER RETIRANTE
DE UM SERTÃO QUE É SEMPRE INVERNO
“AUTO DA BARCA DO INFERNO”
A GIL QUEREM SE IGUALAR
“NÃO PERMITA DEUS QUE EU MORRA
SEM QUE EU VOLTE  PRA LÁ”

 (*) Barbalhense, Poeta, Compositor, Ativista Político, Ambientalista e Aluno de Economia URCA.


Homenagem a Luiz Gonzaga